quarta-feira, 14 de junho de 2017

Quadra chuvosa no Ceará fica dentro da média histórica,mas abastecimento continua ameaçado


Encerrada no último dia 31, a quadra chuvosa de 2017 no Ceará registrou precipitação em torno da média histórica, com desvio percentual de -7,7% em relação à normal climatológica (1981-2010). A avaliação do quadrimestre de fevereiro a maio foi divulgada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), na manhã desta terça-feira (13).
Durante o período, foi registrado o total de 554,5 mm de chuvas em todo o território cearense. A média se situa entre os limites 505,6 mm (inferior) e 695,8 mm (superior). O mês mais chuvoso foi fevereiro, com 32,6% de desvio positivo, seguido de março, que deteve um pequeno desvio positivo de 1,1%. O mês de abril apresentou desvio negativo (-39,4%), e maio também (- 27,9%).
O presidente da Funceme, Eduardo Martins, destaca que o percentual da capacidade total de armazenamento de água do Estado, calculada em 18,7 bilhões, dobrou durante a quadra chuvosa, superando assim o observado no final da quadra de 2016. “Nós partimos de janeiro com a condição de 6,4% da capacidade total. Hoje atingimos 12,4%”. Contudo, o dirigente da Funceme lembra que ainda se está aquém do necessário dentro do retrospecto atual de cinco anos consecutivos de seca no Ceará.
Durante os meses de fevereiro a maio, o Ceará, em 2017, apresentou um quadro pluviométrico melhor do que nos anos de 2016 (-45,5%), 2015 (-30,3%), 2014 (-23,4%), 2013 (-39,3%) e 2012 (-49,6%). Nos últimos 10 anos, os períodos de fevereiro a maio menos favorecidos ocorreram em 2010 (-49,7%). Um longo período seco, de cinco anos consecutivos, ocorreu entre 2012 e 2016. Os anos de 2008 e 2009 apresentaram quadras chuvosas acima da média, e o ano de 2011, em torno da média. A última vez em que se registrou uma quadra chuvosa semelhante à de 2017 foi em 2007 com um desvio de -5,1%.
De acordo com a climatologia, março e abril são os meses mais chuvosos, cumprindo média de 203,4 mm e 188,0 mm, respectivamente. Já em fevereiro, a média mensal para o Ceará é de 118,6 mm. Em maio, o número alcança 90,6 mm. A tendência de redução, relativa à climatologia mensal, das chuvas ao longo da quadra chuvosa foi indicada no prognóstico detalhado no mês de janeiro de 2017 pela Funceme.
Regiões mais afetadas
A região do Cariri foi mais afetada ao longo do quadrimestre chuvoso, com desvio percentual de -23,2%. A sequência traz: Sertão Central e Inhamuns (-20,4%), Jaguaribana (-15,5%), Ibiapaba (-6,2%), Litoral Norte (4,3%), Litoral de Pecém (6,0%), Maciço de Baturité (8,7%) e Litoral de Fortaleza (14,2%). As macrorregiões Ibiapaba, Litoral Norte, Litoral do Pecém, Litoral de Fortaleza, Maciço de Baturité e Jaguaribana ficaram com o acumulado em torno de suas médias históricas, enquanto as macrorregiões Sertão Central e Inhamuns e Cariri, situadas entre o Centro-Sul do Estado, apresentaram chuvas abaixo da média.
“A indicação da região que iria chover mais foi dada no prognóstico de janeiro. Até foi um prognóstico arriscado, diante do nível de detalhamento. Geralmente a gente tende a dar um prognóstico para o Estado e não tentar fazer diferenciação em termos espaciais. As regiões mais críticas, também como apontada no prognóstico, eram quanto a esse aporte, por conta da região que os modelos estavam indicando que iria chover menos, exatamente o Cariri e parte do Sertão Central do Inhamuns”, explica Martins.
Próximo ano
De acordo com a Funceme, o ano de 2017 deve seguir sem grandes expectativas de precipitações extremas que possam gerar grande impacto sobre a crise hídrica no Estado. Quanto a perspectivas para 2018, a instituição garante que ainda é preciso esperar.
“Agora nós temos que monitorar as condições dos oceanos, manter um olhar nos modelos que estão prevendo a evolução dessas condições dos oceanos para o próximo ano. Mas ainda é muito cedo para se falar no próximo ano. Temos que aguardar setembro, outubro, que é quando esses modelos começam a ter alguma performance na sua previsão no que diz respeito às condições de temperatura da superfície do mar”, finaliza o presidente da Funceme.
Com Funceme

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