Relatório preliminar da Polícia Federal referente à investigação sobre o presidente Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures conclui que houve a prática de corrupção passiva.
As informações foram entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal) nessa segunda (19). A PF pediu ainda mais prazo ao ministro Edson Fachin para finalizar o relatório.
Segundo a reportagem apurou, a polícia não se manifestou sobre obstrução de Justiça, outro ponto da investigação, porque depende da perícia, não concluída ainda, das gravações secretas feitas por Joesley Batista, um dos donos da JBS. Procurada pela reportagem, a PF não se manifestou.
Ao todo, os peritos analisam quatro áudios, um deles de uma conversa do empresário com Temer, no Palácio do Jaburu, em 7 de março.O prazo dado por Fachin para o inquérito ser finalizado se encerrou neste domingo (18) – sendo esta segunda-feira o primeiro dia útil, quando a conclusão deveria ser entregue.
O ministro é o relator da Lava Jato no Supremo, responsável também por casos ligados à delação da JBS, homologado por ele em abril. O teor das informações prestadas pela PF ainda não foi divulgado pelo STF.
Após a conclusão do inquérito, caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se denuncia ou não Temer e Loures ao Supremo. A expectativa é que ambos sejam alvo de denúncia da PGR até a semana que vem.
Defesa
A defesa do presidente Michel Temer entrou com uma ação na Justiça Federal em Brasília contra o empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na ação, Temer pede que o empresário seja condenado pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. A ação foi movida após a entrevista do empresário à revista Época, publicada nesse fim de semana.
Segundo a defesa, a entrevista foi “desrespeitosa e leviana”, além de ofensiva à pessoa do presidente. Para os advogados, as declarações de Joesley levam a sociedade a questionar a honradez de Temer.
“Na verdade, todos sabem o real objetivo do querelado [Joesley] em mentir e acusar o querelante [Temer], atual presidente da República: obter perdão dos inúmeros crimes que cometeu, por meio de um generoso acordo de delação premiada que o mantenha livre de qualquer acusação, vivendo fora do país com um substancial (e suspeito) patrimônio.”, diz trecho da petição.
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