Em depoimento de cerca de quatro horas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário Marcelo Odebrecht implicou políticos de polos rivais. Segundo ele, Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (PMDB) e Dilma Rousseff (PT) acertaram, pessoalmente ou por meio de intermediários, doações paras as eleições presidenciais de 2014.
Odebrecht testemunhou na última quarta, 1º, no julgamento da chapa Dilma-Temer, em ação protocolada pelo PSDB. Na oitiva, Marcelo disse que Aécio Neves lhe pediu R$ 15 milhões em setembro de 2014, quando as pesquisas apontavam que o tucano estava em terceiro na campanha presidencial.
O ex-presidente da Odebrecht afirmou também que fez doações via caixa 2 para a chapa de Dilma e Temer na mesma eleição. De acordo com ele, 4/5 dos recursos doados pela empreiteira para a chapa foram feitos via caixa 2. O Planalto não se pronunciou sobre essa declaração.
O empresário narrou jantar com Temer, mas afirmou que o valor de doação repassado ao PMDB havia sido acertado previamente entre o ex-executivo Cláudio Melo Filho e Eliseu Padilha, que seria emissário do então
vice-presidente.
Conforme Marcelo, a quantia a ser doada não foi discutida na reunião com o então vice. A versão é diferente da de Melo Filho, segundo quem Odebrecht teria negociado diretamente com Temer.
Em nota, Padilha disse que não era encarregado de pedir dinheiro para campanha. O advogado José Yunes, porém, afirmou em depoimento espontâneo à Procuradoria-Geral da República que serviu de “mula” para Padilha ao receber pacote com conteúdo desconhecido na campanha de 2014.
Dilma Rousseff
Odebrecht também disse que o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma, Guido Mantega, agiu como interlocutor da ex-presidente na negociação de repasses para campanha petistas. Ele afirmou ainda que parte do pagamento combinado foi feita por fora para o marqueteiro João Santana.
Por nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou as acusações: “Houve o jantar (entre Temer e o empresário), mas não falaram de valores durante o encontro”. (Agência Estado)
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