Por mais paradoxal que possa parecer, a Seleção Brasileira garantiu a tão sonhada vaga na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, com certa folga e antecedência, apresentando um futebol vistoso, bonito, algo totalmente impensado quando praticamente o mesmo grupo de jogadores era comandado por Dunga sofreu horrores para conquistar alguns poucos pontos no início das Eliminatórias, jogando uma bola pra lá de murcha, enfrentando a crítica ferrenha do torcedor canarinho, que parecia ter perdido o gosto por acompanhar a seleção pentacampeã mundial.
Sim, o selecionado brasileiro chegou a ser motivo de piadas e chacotas nas primeiras rodadas do torneio classificatório, desconfiança potencializada pelo fracasso homérico e histórico que culminou no 7 a 1, em Belo Horizonte, para a Alemanha, que viria a ser campeã posteriormente. Dunga assumiu com a árdua missão de resgatar o patriotismo, o amor pelo Brasil, com o argumento de ter evoluído após a decepção de 2010. Na prática, a coisa andou longe de seguir o planejado, com o treinador seguindo exatamente o mesmo modus operandi da passagem anterior.
Com o capitão do tetracampeonato, foram seis partidas pelas Eliminatórias, exatamente as seis rodadas iniciais, somando nove pontos nesse percurso: 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota. Com apresentações nada empolgantes, a pressão ficou insuportável diante de uma participação patética na Copa América Centenário nos Estados Unidos, em junho de 2016, quando caiu ainda na primeira fase em um grupo com Peru, Equador e Haiti. Fim da linha para Dunga.
A mudança
Tite aceitou o desafio, sem fazer alarde, sem invencionices, mantendo inclusive boa parte do grupo que vinha sendo convocado. A mudança foi muito mais estrutural e psicológica que futebolística (apesar de ter refletido diretamente no rendimento do time). O clima mudou, o sistema de jogo também, a filosofia do ex-corintiano foi compreendida e os resultados vieram. Invencibilidade, futebol coletivo, dedicação e qualidade em campo. Assim foi o caminho brasileiro até o jogo da última quarta-feira, que culminou no triunfo sobre o Paraguai, por 3 a 0.
A partir de agora, a missão é avaliar outras possibilidades para fortalecer ainda mais seu elenco com alguns testes durante as rodadas finais (os próximos jogos serão apenas em agosto, com amistoso durante esse espaço de tempo), sem perder o padrão tático. Mas é uma certeza que hoje o Brasil voltou a ser respeitado pelos adversários, temido no meio do futebol, a camisa amarela voltou a brilhar e o torcedor brasileiro olha para a Rússia como muito mais esperança. Será que o hexa virá? Não sabemos, a única certeza é que estaremos lá para lutar por ele.
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