Com cerca de 40% do território inicial, a caatinga está em crescente processo de desertificação. Aumento do aquecimento global, perda da biodiversidade, intensificação da seca e diminuição da cobertura do solo são algumas das consequências do problema. O bioma ocupa quase 100% do território do Ceará.
O tema, que preocupa especialistas e gestores, foi discutido na manhã de ontem no lançamento da Campanha da Fraternidade 2017 em Fortaleza.
Este ano, a campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abordará a preservação da caatinga no Estado e destinará recursos a entidades que apoiam a causa.
Conforme o geólogo e professor-adjunto do Departamento de Geografia da UFC, Jeovah Meireles, a queima de árvores para a produção de energia é uma das principais razões para o avanço da degradação. Para ele, a mudança para frear o processo precisa ser imediata e estruturada a médio prazo. “A gente precisa modificar completamente essa matriz de consumo, a forma de ocupação extensiva e o desmatamento”, considera.
O titular da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno, afirmou que serão estabelecidas parcerias para o desenvolvimento de ações de preservação. “Próximo mês será lançado um programa de reflorestamento, com o plantio de 71 mil árvores ao longo dos próximos dois anos”, informou.
Saiba mais
Conforme o engenheiro agrônomo e coordenador do Programa de Convivência do Semiárido da Cáritas no Ceará, Alessandro Lopes Nunes, são necessários “programas que tenham na gênese a capacidade de ver o ciclo natural da região da caatinga”. Ele defende que sejam percebidos tecnologias, tipos de cultivos e animais mais adaptados à região.
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