O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), minimizou nesta quarta-feira, 15, o fato de ter sido inserido na chamada "lista de Janot" em que constam os parlamentares que deverão ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Lava Jato.
"Processo de investigação não é sentença. Confio na Justiça do meu Brasil", afirmou Eunício ao chegar ao Senado. A lista de políticos que deverão ser investigados foi entregue nesta terça-feira, 14, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF.
Apesar dos desgastes políticos com o surgimento dos nomes daqueles que deverão ser alvo de inquérito no STF, o senador defendeu que as atividades no Congresso não fiquem paralisadas.
"Essa Casa vai saber separar. A justiça vai cuidar da Justiça e a Casa vai cuidar daquilo que precisamos fazer que são as reformas, revogar leis arcaicas e aprovar leis novas, se forem necessárias, para destravar o crescimento do Brasil", ressaltou.
Além do presidente do Senado, também constam na lista de Janot outros nomes da cúpula político-partidária como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
A PGR também pediu investigação para ao menos cinco dos 29 ministros de Temer (PMDB). São eles Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Kassab (PSD), das Comunicações, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), das Relações Exteriores.
Os casos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e dos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega devem ser remetidos à primeira instância, uma vez que perderam o foro privilegiado.
Reforma
Antes de chegar ao Senado, o senador Eunício Oliveira participou de encontro no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer para tratar da elaboração de uma nova proposta de reforma política. A reunião também contou com a participação do deputado Rodrigo Maia e como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.
Ao falar sobre a reunião, Eunício voltou a defender mudanças no sistema de votação e de financiamento de campanha. "Acho que nós temos que encontrar um caminho para esse novo modelo que nós pretendemos para o Brasil. O modelo antigo todos sabemos que está ultrapassado", ressaltou. "Não consigo entender como vamos fazer financiamento público de campanha se não tivermos lista fechada", emendou.
Balizamento
Na véspera do encontro no Palácio do Planalto, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá informou que, com aval do Palácio do Planalto, que lideranças dos principais partidos da base aliada, em conjunto com representantes do TSE, pretendem apresentar nos próximos 15 dias um projeto que estabelecerá um novo sistema de financiamento de campanha.
Em meio aos avanços da Lava Jato, a proposta também deverá contemplar uma possível "blindagem" do caixa 1 e anistia para o caixa 2.
"Estamos discutindo uma modelagem de financiamento. Nas próximas duas semanas iremos apresentar uma proposta. A ideia vigente até agora é criar um fundo eleitoral para os períodos de eleição, mas isso ainda não está estruturado porque o TSE ficou de fazer um levantamento dos custos das últimas campanhas para termos um balizamento", afirmou à reportagem, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR).
Segundo ele, o presidente Michel Temer também tem participado de todas as discussões. "Ele tem conhecimento, o governo tem conhecimento. Até porque se for financiamento público terá que ter recursos do governo", ressaltou Jucá.
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