O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou nesta segunda-feira (10) que o partido tentará compor chapa com o PT para governador e vice em seis estados nas eleições deste ano. O assunto fez parte de uma reunião que teve mais cedo com a presidente Dilma Rousseff, convocada para por fim a uma crise do partido com o Planalto.
PT e PMDB divergem no lançamento de candidaturas próprias no Rio de Janeiro e no Ceará. Segundo Raupp, as conversas com o PT vão agora se concentrar na formação de palanques conjuntos em Goiás, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Rondônia e Tocantins.
"O PT só tem candidato fixo em 11 estados. Fora isso, está em aberto. O partido preferencial da aliança do PT é o PMDB", afirmou Raupp.
O presidente do PMDB informou, ainda, que se reúne na próxima quinta-feira com o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e com o presidente do PT, Rui Falcão, para discutir as candidaturas.
Nas últimas semanas, a relação do Planalto com deputados do PMDB tem passado por momentos de tensão. Além das alianças regionais, a insatisfação passa pela não liberação de recursos para obras de emendas parlamentares previamente acertadas no ano passado; além de mais espaço na reforma ministerial, segundo já afirmara o próprio Raupp.
Um dos episódios que acirraram o atrito foi a criação do chamado "blocão". Sete partidos da base aliada, liderados pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), se uniram para criar o grupo com o objetivo de pressionar o Palácio do Planalto e ampliar o poder de negociação com o Executivo.
Em entrevista a jornalistas nesta segunda, no entanto, Raupp afirmou que a aliança nacional entre as duas siglas está "salva".
"Vamos estabelecer procedimentos – no caso do Ceará, do Rio de Janeiro, de alguns estados – que não venham a ter enfrentamentos e comprometer a aliança nacional. A aliança nacional está tranquila. A princípio, está salva", declarou. "Eu não vejo absolutamente nenhum problema, nenhum indicativo que vai ter problema na convenção [do PMDB] para a reedição da aliança Dilma-Temer", completou.
Questionado por jornalistas no Congresso se a crise entre as bancadas do PT e do PMDB estaria encerrada, Raupp respondeu:
"Eu espero que sim. Na crise, a gente nunca sabe se está começando, se está terminando, se está ficando maior", declarou Raupp. O senador negou, no entanto, que a tensão entre os dois partidos tenha se estendido da Câmara dos Deputados para o Senado.
Na reunião desta segunda, Dilma recebeu, além de Raupp, outros peemedebistas: o vice-presidente, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara (PMDB-RN), o líder do PMDB no Senado, Eduardo Braga (AM) e o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado.
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