sexta-feira, 7 de março de 2014

Câmara e Assembleia debatem a violência

Ontem, o plenário da Assembleia ficou praticamente assim, vazio, durante muito tempo. Um deputado presidindo a sessão, outro na tribuna e quase ninguém ocupando as cadeiras. Na Câmara Municipal foi quase idêntico
Mesmo com seus plenários parcialmente esvaziados, Câmara Municipal de Fortaleza e Assembleia Legislativa cearense realizaram, ontem, suas sessões ordinárias, após o feriado de Carnaval. Nas duas Casas, também, o principal assunto foi a violência ocorrida no Ceará, durante os festejos carnavalescos.
Tanto na Assembleia quanto na Câmara Municipal, alguns parlamentares criticaram as políticas adotadas pelo Governo Cid Gomes para minorar a violência no Estado, o que segundo eles, o efetivado até agora tem se configurado como "um verdadeiro fracasso".
O deputado Roberto Mesquita (PV) foi um deles. O parlamentar afirmou que todas as ações do governador Cid Gomes fracassaram e "se tornam pequenas" quando os números da violência são apresentados a cada fim de semana ou feriadão. "Não acontecem mais crimes somente nas favelas, mas em cada canto da cidade, seja de classe média ou rica", disse ele, solicitando um pacto contra a violência na Casa Legislativa.
"Nós tivemos uma verdadeira guerra nos últimos dias de Carnaval e essa questão cada vez mais nos incomoda. Nós vimos um Governo chegar ao Poder prometendo fazer com que o ano de 2007 fosse uma referência de combate à violência, e hoje temos saudades do ano de 2007".
Cartilhas
O deputado Ely Aguiar (PSDC) também criticou o número de homicídios no Ceará. "Quando o governador Cid Gomes chamou o secretário Roberto Monteiro teve uma expectativa, mas ele apresentou vários erros. Depois de quatro anos ele foi substituído pelo coronel (Francisco) Bezerra e agora substituiu por outro", lembrou.
Ely voltou a destacar as cartilhas que foram elaboradas em países, cujas seleções de futebol estarão no Brasil, na Copa do Mundo, preocupadas com o número da violência no nosso País. "Eu acho que até o próprio Governo está preocupado com esses números. Vem aí a Semana Santa que é um período onde a violência também é grande".
Roberto Mesquita disse que muitos deputados, seus colegas, fizeram um "pacto de silêncio" apresentando apenas os números de investimentos do Governo ao invés de acatar os números reais da violência. Ferreira Aragão (PDT), em seu comentário, disse que o problema é nacional, ressaltando que o Brasil está acima da média mundial no consumo de crack.
"O Carnaval violento não foi só no Ceará, não. Foi no Brasil inteiro", disse Aragão, enquanto Ely Aguiar disse que em Salvador e Rio de Janeiro reduziram o número de violência. "Vossa excelência está escorregando na maionese", ironizou Aguiar.
Consideravelmente
Fernando Hugo (SDD) defendeu que a criminalidade é nacional e não local, e lembrou alguns casos que aconteceram em outros estados. Ele solicitou dos congressistas que pressionem a presidente Dilma Rousseff para aprovar a PEC 300 (que trata do piso nacional dos policiais). No entanto, o parlamentar reconheceu que a violência no Ceará aumentou consideravelmente.
"A sensação de segurança que Recife nos dá, nos causa inveja. A ponto de eu sair de um supermercado com compras nas mãos e me deslocar sete quadras sem alguém me agredir. Portanto, Recife é exemplo de uma boa política de combate à violência", disse o deputado Heitor Férrer (PDT), lembrando que até pouco tempo Pernambuco tinha números elevados na violência.
Para Férrer o número elevado de homicídios é um "certificado" que dá uma amostra do "estado de falência" do Governo na área da Segurança. "Na época do governador Lúcio Alcântara tínhamos 1.778 homicídios por ano, agora passou, no Governo Cid, para 4.462 homicídios por ano.
O vice-líder do Governo, Júlio César Filho (PTN), destacou os investimentos feitos pelo atual Governo nas áreas de Saúde, Educação. O parlamentar governista também criticou o deputado Roberto Mesquita quando este disse que alguns deputados da base aliada estão fazendo "pacto pelo silêncio".

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