domingo, 23 de março de 2014

Os gestos de Dilma e o futuro político de Cid Gomes em discussão

s gestos da presidente Dilma Rousseff (PT) nos bastidores de sua passagem pelo Ceará deixaram nítida sua atenção ao delicado cenário pré-eleitoral no Estado. A petista puxou o senador Eunício Oliveira (PMDB) pelo braço e não o deixou desassistido nos trajetos entre Fortaleza e Sobral. Mas foi ao governador Cid Gomes (Pros), entretanto, que Dilma se derreteu nos palanques.
Dele partiram os “reiterados pedidos” para que a visita ocorresse em 19 de março, Dia de São José, conforme ela revelou. Dilma não apenas aceitou a proposta do aliado quanto, a ele, dedicou publicamente as expressões mais calorosas de afeto e parceria.

Não é de agora que o entrosamento entre os dois se expressa. Em 2012, o Governo Federal adotou a experiência cearense do Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC) e anunciou um pacto nos mesmos moldes do desenvolvido no Estado. Durante o lançamento da ação, na capital federal, mais loas a Cid. No ano passado, ao entregar o Estádio Nacional de Brasília, a petista voltou a citá-lo em tom elogioso, lembrando a conclusão do estádio Castelão.

O prestígio dos Ferreira Gomes com a presidente cresceu após o clã ter resolvido romper com seu antigo partido, o PSB, diante da decisão de Eduardo Campos de se lançar na disputa pela Presidência da República. A iniciativa de 2012, que tem a ver com o interesse de Cid em eleger seu sucessor em 2014, foi vista como atestado de fidelidade. Dilma terá – e parece estar disposta – de saldar a dívida política contraída com o grupo.

O futuro
O ano eleitoral é a saída para isso, mas há quem já olhe além. A partir de 2015, Cid estará disponível no “mercado” político. Mesmo que decida se candidatar e venha a ser eleito para o Senado, não terá impedimentos legais para assumir cargo em um possível segundo governo petista. Nos bastidores, a hipótese é cogitada.

“A condição dele e as necessidades que o Ceará e o País têm de não prescindir de quadros, seja no governo ou no parlamento, dá ao Cid uma condição especial. Fica difícil para uma pessoa que exerce função pública guardar atenção para os interesses pessoais. Mesmo ele ficando (no governo) até o final. creio que será convidado para compor um (hipotético) segundo governo Dilma”, disse um integrante do núcleo político de Cid, que pediu para não ser identificado.

Os “interesses pessoais” mencionados pela fonte se referem às intenções do governador de, após cumprir o mandato, passar temporada fora do País.

Para o deputado federal José Guimarães (PT), um dos interlocutores de Cid, uma possível nova etapa do Governo Dilma exigirá uma “recomposição de forças”. Ele não quis citar partidos específicos, mas afirmou que a petista terá de evitar “ficar na mão de um partido, dividir os espaços com outros”. Questionado, Guimarães disse achar que “é um desejo dela (Dilma) ter o governador em sua equipe”. O desenrolar da campanha dirá.

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