O presidente estadual da legenda, Gaudêncio Lucena, reconhece que a chamada “parceria institucional” entre o governador e o presidente do Congresso Nacional “fez com que aquele discurso de oposição que vinha se caracterizando no partido, ao longo deste mandato, houvesse uma reversão”.
“A bancada está em espera de definição dessas conversações que estão ocorrendo entre o senador Eunício e o governador Camilo, e que há uma expectativa, pelo menos a imprensa tem cogitado muito isso, de uma possível aliança que essa parceria institucional possa vir a se transformar”, diz.O ex-vice-prefeito de Fortaleza não consegue ainda dizer aonde está o MDB atualmente, se base ou posição de independência ao Governo do Estado, mas admite as conversas entre Eunício e Santana.
Gaudêncio garante que “não existe ainda uma definição, mas, enquanto isso, a bancada tem vivido essa expectativa”. “O ímpeto da oposição (do MDB) arrefeceu”, conclui Lucena.
O discurso é o mesmo adotado pelo deputado estadual Leonardo Araújo, que resistia há bem pouco tempo à possibilidade de integrar a base petista na Assembleia. De forte discurso oposicionista, desde quando assumiu o posto deixado pelo ex-deputado Carlomano Marques, Araújo já admite acatar qualquer decisão que o partido tomar, mesmo que seja integrar a base oficialmente.
“Asseguro que há uma aproximação muito grande do partido com o governo Camilo Santana. E, se essa for a decisão do senador Eunício Oliveira e da Executiva do partido, terá o meu apoio, eu seguirei as orientações partidárias”, declarou o deputado. Questionado se a sigla, na prática, ainda fazia parte da oposição, o deputado afirmou que a “tendência é que não”.
A líder do MDB na Assembleia Legislativa, Dra Silvana, já admite que o partido é governo desde que a maioria dos filiados — ela, o deputado Agenor Neto e Audic Mota — passou a defender o Palácio da Abolição. “O partido é base, desde que a maioria dos seus deputados se posicionou para ficar na base”, afirmou.
Silvana critica, no entanto, a aproximação do partido com o Palácio da Abolição sem ser consultada sobre o assunto. Liderando a legenda na Casa, a parlamentar mostra insatisfação pelo fato de as decisões internas estarem sendo tomadas sem conversas com os demais membros do partido. “Não pode se juntar as duas maiores lideranças (Camilo e Eunício) que estavam brigando, sem conversas com os demais filiados”, defende.
Base maior
Em 2015 , a oposição era integrada pelos partidos PR, PV, PPS, MDB, PSDB, DEM, PSD, PMB e Psol.
Na eleição de 2016, para a Prefeitura de Fortaleza, o DEM deixou oficialmente a ala opositora ao governador Camilo Santana (PT) com a indicação do então deputado estadual Moroni Torgan (DEM) para o cargo de vice-prefeito na chapa de Roberto Cláudio (PDT).
Roberto Mesquita, que era filiado ao PV, acabou deixando o partido e se filiando ao PSD, que faz ainda oposição ao PT no Estado. A sigla foi cooptada para as fileiras da base.
Tomaz Holanda (PPS) é outro opositor que atualmente discursa como base de Camilo Santana (PT). Ainda no ano passado, o PMB, com o abandono do grupo de Domingos Filho, passou a ficar próximo do grupo dos irmãos Ferreira Gomes.
Por último, o MDB retira cinco parlamentares da oposição ao governador. Caso as conversas avancem entre Camilo e Eunício, o discurso da sigla poderá se oficializar como base do PT no Ceará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário