A eleição suplementar no município de Araripe será realizada no próximo
dia 17 de maio pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) após os diplomas
do prefeito e do vice, eleitos em 2012, José Humberto Germano Correia e
Guilherme Lopes de Alencar, terem sido cassados por abuso de poder
político.
A mesma situação enfrentada por Araripe, porém, ainda é passível de
acontecer em mais três municípios do Interior do Ceará, já que os
gestores eleitos no último pleito municipal ainda lutam para vencer
disputas na Justiça Eleitoral iniciadas logo após a expedição dos
diplomas.
A quantidade de prefeitos eleitos em 2012 que ainda aguardavam o
julgamento de processos que questionavam seus mandatos, neste mês de
abril, reduziu de cinco para três. Os gestores de Itaitinga e Canindé
obtiveram decisões favoráveis do pleno do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), garantindo o direito de permanecerem nos cargos.
Já os chefes do Executivo nos municípios de Tururu, Pereiro e Boa
Viagem, no entanto, ainda aguardam mais avanços, enquanto correm o risco
de ser submetidos a uma nova eleição antes do pleito de 2016.
Até o mês de abril, os gestores de Canindé e Itaitinga também
aguardavam apreensivos os julgamentos, mas os ministros do Tribunal
Superior Eleitoral decidiram, por unanimidade, afastar a inelegibilidade
dos prefeitos e vices, determinando o retorno do processo à origem para
ser feito o arquivamento.
Em Canindé, o prefeito Celso Crisóstomo foi eleito em 2012 com 76% dos
votos válidos, mas teve o registro de candidatura cassado pelo TRE por
ter tido as contas desaprovadas no Tribunal de Contas dos Municípios
(TCM), com nota de improbidade administrativa, referentes aos exercícios
de 2002 e 2003 como titular da Secretaria Municipal de Educação.
Inelegibilidade
O prefeito Celso Crisóstomo recorreu ao TSE e, apesar de o ministro
João Otávio de Noronha ter decidido, de forma monocrática, por afastar a
inelegibilidade do gestor, a coligação adversária recorreu, atrasando a
conclusão do processo e deixando o eleitorado de Canindé sem saber se
precisaria passar por outra eleição antes de 2016.
Em sessão no dia 9 de abril, porém, os ministros do Tribunal Superior
Eleitoral, por unanimidade, decidiram pelo desprovimento do agravo
regimental, afastando a inelegibilidade tanto do prefeito quanto do
vice. No dia 20 de abril, o processo foi declarado como trânsito em
julgado e, posteriormente, foi feita a solicitação para o retorno ao
Tribunal Regional Eleitoral no Ceará para o arquivamento.
Já no município de Itaitinga, o prefeito Abel Cercelino e a
vice-prefeita Erivanda Nogueira conseguiram reverter no TSE a cassação
sofrida no TRE. Os dois eram investigados sob a acusação de distribuírem
brindes em troca de votos, além de não terem comunicado à Justiça
Eleitoral despesas com a instalação de comitês durante a campanha
eleitoral de 2012.
Em dezembro, em decisão monocrática no TSE, os diplomas foram mantidos
sob a justificativa de que as acusações não eram procedentes, mas o
candidato derrotado, José Nilson de Lima Santo, assim como seu partido, o
PT, recorreram da decisão, deixando a situação de Itaitinga ainda na
lista dos municípios pendentes.
Em abril, no entanto, foi feita a solicitação para que o processo
retornasse à origem para o arquivamento. Em sessão no TSE, os ministros
decidiram rejeitar os agravos regimentais interpostos pelo candidato
derrotado e pelo PT, assegurando os mandatos do prefeito e vice. Após a
decisão, os adversários dos gestores de Itaitinga na disputa judicial
não recorreram, permitindo a conclusão do julgamento.
Em Tururu, o prefeito Nonato Bonfim foi eleito com 51% dos votos, mas
ele e o vice tiveram os mandatos cassados pelo TRE por contas
desaprovadas no TCM. Ambos recorreram junto ao TSE e, em novembro do ano
passado, houve uma decisão favorável, mas a chapa derrotada em 2012
recorreu.
Ao analisar o agravo regimental em recurso especial eleitoral, os
ministros do TSE, também por unanimidade, decidiram manter o afastamento
da inelegibilidade sob a justificativa de que a acórdãos com a rejeição
das contas que embasaram a inelegibilidade e a cassação dos diplomas
teriam sido anuladas pelo Tribunal de Contas.
Embargos
A coligação adversária, porém, recorreu com a interposição de opostos
embargos de declaração, atrasando a conclusão do julgamento. O processo
estava sob a relatoria da ministra do TSE, Luciana Lóssio. Com o
encerramento do primeiro biênio dela como ministra efetiva do órgão, a
relatoria precisou ser transferida e, desde março, aguarda a
distribuição para um novo relator.
Os eleitores de Pereiro também aguardam uma definição da situação no
município. O prefeito João Francismar Dias e o vice Cláudio Júnior
tiveram os mandatos cassados também sob a justificativa de desaprovação
das contas pelo TCM.
O vice ainda é acusado de captação ilícita de votos durante a eleição
de 2008.Ambos recorreram ao TSE e aguardam julgamento, enquanto
continuam no cargo. O relator do processo, no Tribunal Superior, é o
ministro João Otávio de Noronha.
Em Boa Viagem, o prefeito Fernando Assef é alvo de dois processos por
contas desaprovadas quando foi prefeito em 2000. Os responsáveis pelos
questionamentos à Justiça são a candidata derrotada, Aline Vieira e a
coligação que perdeu a disputa em 2012. Em ambos, o TRE decidiu pela
cassação do mandato, mas ele recorreu junto ao TSE e também espera o
julgamento. A relatoria é do ministro Gilmar Mendes.
SAIBA MAIS
Tururu
O processo se encontra no TSE sob a espera da distribuição para um novo
relator. A relatoria era de Luciana Lóssio, mas ela encerrou o primeiro
biênio como ministra efetiva.
Pereiro
O prefeito João Francismar Dias ainda aguarda avanço do processo no
TSE, que se encontra na Coordenadoria de Processamento do órgão. A
relatoria é do ministro João Otávio de Noronha.
Boa Viagem
O processo ainda está com sob a análise da Assessoria de Plenário do TSE e a relatoria cabe ao ministro Gilmar Mendes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário