terça-feira, 5 de maio de 2015

Eunício afirma que má gestão levou a saúde pública do Ceará à crise

Contrariando a afirmação de que o ajuste fiscal estaria comprometendo os investimentos federais na saúde pública do Ceará, o senador Eunício Oliveira mostrou que a crise no setor é resultado de má gestão, inépcia e falta de respeito com a população pobre e que depende dos serviços públicos de Saúde.

As críticas foram feitas durante pronunciamento nesta segunda-feira (04), em Brasília. O peemedebista apresentou relatório de uma consulta feita ao Fundo Nacional de Saúde no qual constam todos os repasses federais feitos pela União nestes primeiros meses de 2015. De acordo com ele, os dados não registram nenhuma anormalidade referente ao envio de recursos federais, tanto para o Ceará e especificamente para Fortaleza.

Eunício mostrou mostrou que as transferências do Ministério da Saúde para o Fundo Estadual de Saúde do Ceará chegaram a R$ 440 milhões no ano passado e a R$ 145 milhões até o momento em 2015. Já para os Fundos Municipais de Saúde do Estado, foram transferidos mais de R$ 2,25 bilhões no ano passado e R$ 763 milhões até este mês de abril.

Isso significa que decorrido um terço do período anual, os valores correspondem justamente a um terço do total. O que, para o senador, caracteriza, principalmente, o descaso com os recursos públicos neste o no governo anterior. “É a incompetência continuada. Os responsáveis, para não dizer outra coisa, não conseguem produzir soluções minimamente eficientes, ao mesmo tempo em que transferem responsabilidades. E, o pior, faltam com a verdade quando dizem que não estão recebendo os recursos federais”, disse.

Caos

Eunício registrou que desde o dia 21 de abril o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará e a Associação Médica Cearense tiveram que criar o “Corredômetro”, nomenclatura atualmente usada para alertar para os mais de 400 pacientes internados nas filas de corredores esperando atendimento nos maiores hospitais de Fortaleza ou até mesmo aguardando a transferência de Unidades de Pronto Atendimento (APAs).

O parlamentar afirmou que a crise atingiu toda rede de atenção primária, secundária e terciária quando pacientes com suspeita de doenças infecciosas estão lado a lado com doentes com quadro de indicação cirúrgica.

Ele ainda acrescentou que os locais onde deveriam estar os atendimentos de urgência estão ocupados com macas de enfermaria e parte dos médicos está deslocada para ficar o dia inteiro com os pacientes mais graves. “Não há medicamentos na rede básica. Como o paciente não é tratado, ele vai para um hospital secundário, onde não é atendido por falta de pessoal. Com isso, ele vai piorar e precisar do atendimento terciário, onde não há vagas”, lamentou.

As obras inacabadas e prédios sem estrutura e pessoal para funcionar também foram alvos de crítica do senador peemedebista. “Enquanto vários hospitais tiveram as obras paralisadas já há dois ou três anos, os prédios recém-reformados exibem novas instalações e fachadas restauradas, mas por dentro faltam medicamentos, insumos, médicos e laboratórios para exames. Fora da capital, os hospitais polos regionais enfrentam dificuldades financeiras para se manterem em funcionamento”, afirmou.

Apesar das dificuldades para se aumentar o valor dos repasses federais para os estados e municípios, Eunício argumentou que o legislativo tem buscado soluções ao aprovar iniciativas como a emenda de autoria do próprio senador que vincula 50% do valor das emendas parlamentares para o custeio de gastos com saúde. De acordo com ele, serão mais de R$ 5 bilhões ao ano somente com essas emendas.

Em contrapartida, Eunício pediu que o Executivo faça sua parte, priorizando e aperfeiçoando a capacidade de gerenciar os recursos disponíveis. Ele defendeu que os governantes diretamente responsáveis pela crise da saúde pública no Ceará e em Fortaleza se posicionem de forma clara e definitiva sobre as providências na tentativa de buscar soluções para esse problema. “a sociedade cearense exige que o governantes se posicionem de forma clara e definitiva sobre as providências que tomarão para conter o sofrimento de milhares de cidadãos que diariamente padecem nas unidades públicas de saúde do ceará. chega de transferir responsabilidades”, concluiu.

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