domingo, 27 de abril de 2014

MP fecha matadouros por abate irregular de animais

Municípios do Cariri estão sob a mira do Ministério Público para regulamentarem a situação dos abatedouros. Dois deles foram interditados em virtude das condições irregulares de funcionamento, precariedade e falta de higiene.
Em Aurora o local, onde funcionava o abate dos animais, cerca de 20 bovinos por dia, foi fechado há pouco mais de uma semana e a expectativa é que o novo equipamento passe a funcionar em 60 dias. Em Campos Sales, não apenas o matadouro regularizado foi exigido, mas o mercado também chegou a ser fechado e um novo construído. A recomendação agora é que os permissionários sejam treinados para comercialização do produto de forma adequada.
O que escapa aos olhos dos consumidores foi motivo de várias denúncias na cidade de Aurora, cidade com cerca de 26 mil habitantes. Animais sendo sacrificados a golpes de machado, e a carne preparada no chão e ao relento praticamente. Próximo ao local, um tambor que era invadido pelos urubus. Com essas condições de funcionamento, a carne abatida no local era levada para comercialização no mercado e frigoríficos da cidade. Um dos maiores problemas com a situação seria o abate clandestino, que é algo comum em grande parte das cidades que não possui condições de abate.
Consórcio
Isso acontece em cidades como Santana do Cariri. Uma reunião entre comerciantes e marchantes, além da prefeita da localidade, Daniele Machado, foi debatida a inclusão do município em um consórcio com os municípios de Nova Olinda e Altaneira, para reduzir os custos nos abates dos animais.
A meta é proporcionar melhores condições técnicas e evitar a chamada "carne de moita". Para regulamentar a situação, além das fiscalizações, os animais devem ser inspecionados por um médico veterinário. "A nossa preocupação é que haja condições de higiene, para a comercialização da carne, além do combate ao abate clandestino", diz a prefeita de Santana do Cariri.
O agricultor da cidade de Aurora, Manoel Silva, não hesita em dizer que a carne abatida no local precário era encaminhada para a cidade e todo mundo consumia. A dona de casa, Cícera Sobreira, costuma comprar carne em um frigorífico da cidade. "Não imaginava que as condições de abate eram essas. A gente se sente enganada por estar comprando algo sujo", afirma. Vizinho ao local onde eram realizados os abates na cidade, há o prédio do matadouro, que há vários anos aguarda a conclusão e os equipamentos foram adquiridos pela administração local. Materiais como compressores, pistolas pneumáticas, além de serras elétricas foram adquiridas e a administração estabeleceu um prazo de 60 dias para começar a trabalhar dentro das condições exigidas, além da contratação de um veterinário.
A parte da estação elevatória está sendo concluída, com a fossa séptica. O atual matadouro está localizado na Vila Paulo Gonçalves.
Para não dificultar o abastecimento de carne na cidade, foi negociado o abate de animais para Aurora, no município de Lavras da Mangabeira, a pelo menos 25 quilômetros da localidade. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Aurora, José Dácio de Sousa, admite que há abate clandestino e a determinação é tentar combater, principalmente em distritos, áreas mais distantes da sede. A meta é implantar abatedouro de menor porte num dos maiores da cidade, em Ingazeiras, com todos os equipamentos técnicos permitidos. Cerca de 6 mil pessoas residem na localidade.
Treinamento
Em Campos Sales, há poucos dias foi realizada mais uma reunião, no intuito de colocar em funcionamento o mercado de comercialização de carnes. A exigência agora é para que os açougueiros sejam treinados pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com as boas práticas de comercialização do produto.
Desde que foi iniciada a administração na cidade, o Ministério Público passou a fazer uma série de recomendações, inclusive informando ao prefeito da cidade sobre as condições precárias de abate de animais, observadas pela promotoria. Há cerca de quatro anos, que o matadouro na cidade ainda não foi concluído.
Segundo o promotor José de Deus Terceiro Pereira Martins, a parte física do mercado era muito precária e não atendia aos critérios exigidos de saúde pública.
Em relação ao matadouro, ainda está em funcionamento, e com condições precárias. Em contato com a prefeitura local, foi informado que não havia ninguém para responder. O telefone do prefeito Moésio Loiola estava desligado.
Conforme o promotor, além da matança dos animais de forma irregular, não havia inspeção de um veterinário. Ele afirma que todos os critérios estão sendo providenciados pela administração local, para colocar em funcionamento regular o matadouro local. A cidade conta com uma população de cerca de 25 mil habitantes. (E.S)
Mais informações:
Fórum de Campos Sales
Promotoria Pública
Rua Rua Manoel Morais, 125
Centro, Campos Sales - CE
Telefone (88) 3533-1309

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