Brics colocarão o Ceará na rota internacional

Complexo Industrial e Portuário do Pecém e a Zona de Processamento de Exportação podem ajudar a estreitar laços comerciais

FABIANE DE PAULA

De 600 a 750 pessoas entre membros de governo e empresários dos cinco países integrantes dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - deverão desembarcar no Ceará em julho deste ano para a sexta cúpula anual do grupo de emergentes que, desta vez, acontecerá em Fortaleza. Esta é a segunda vez que o País sedia o encontro. A primeira foi em Brasília, em abril de 2010. Esperando ainda a presença de cerca de 1.200 jornalistas de todo o mundo, o evento colocará, de vez, o Estado na rota internacional, ao sediar em tão pouco tempo dois eventos globais de peso - o outro é a Copa do Mundo.
A decisão de o Brasil sediar o próximo encontro - que abre o segundo ciclo de reuniões - surgiu com a declaração final da quinta cúpula dos Brics, em Durban, na África do Sul - em março de 2013 -, com a Rússia sendo apontada para abrigar a reunião seguinte, em 2015.
"Já a definição de Fortaleza como a cidade brasileira a receber as comitivas para mais uma reunião dos Brics veio de uma decisão pessoal da presidente Dilma Rousseff, após conhecer o Centro de Eventos do Ceará (CEC), dizendo-se impressionada com a estrutura que encontrou", relata o assessor para Relações Internacionais do governo estadual, Hélio Leitão.
Conforme disse, as datas ainda não foram oficialmente definidas, visto que para tal está sendo feito um esforço conjunto dos governos de cada país para coordenar as agendas dos cinco chefes de estado e ainda de alguns de seus ministros para que participem do encontro.
"A expectativa inicial era a de que ocorresse entre o fim de março e o início do mês de abril, mas deverá ser adiado para julho. Mas este é um evento do governo federal, sob a responsabilidade do Itamaraty, que é quem está à frente dos entendimentos e da formatação da reunião. Claro que como esse encontro vai ser realizado em Fortaleza, o governo cearense está dando todo o apoio necessário", destaca.
Preparação
Para tanto, explica Hélio Leitão, já foram recebidos pelo governo estadual o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e também o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
No mês passado, uma comitiva da Embaixada Chinesa também veio ao Ceará para acertar os detalhes da preparação do encontro. Além de tratar dos detalhes do evento, os chineses se antecederam para conhecer de perto o funcionamento do Estado e estreitar as relações com o País.
Já nesta semana, no dia 4, adianta o assessor para Relações Internacionais do governo estadual, uma nova comitiva do Itamaraty, liderada pelo embaixador José Alfredo Graça Lima, delgado para coordenar o encontro, chega à Capital cearense para conhecer as instalações dos hotéis, do Centro de Eventos entre outros equipamentos que serão utilizados pelas comitivas.
Programação
Embora a programação da sexta cúpula dos Brics ainda não esteja finalizada, acrescenta Hélio Leitão, esta deverá durar três dias, explica, sendo: "o dia 'D', quando os presidentes dos cinco países estarão reunidos, o que será precedido pelo dia 'D-1', quando os ministros das áreas de economia, finanças, indústria e comércio de cada estado-membro se encontram para preparar o dia seguinte; e ainda o dia 'D-2', que é quando acontece o fórum empresarial".
"Cartão de visitas"
Quanto aos temas, relata o assessor para relações internacionais do governo cearense, estes ainda estão em construção. "Mas independentemente do que venha a acontecer, um encontro dos Brics em Fortaleza colocará o Ceará na rota do mundo. Provará que temos capacidade de receber eventos de qualquer porte e possibilitará que mostrar toda a infraestrutura aqui existente, o que será muito importante para atrair mais negócios para cá. A sexta cúpula dos Brics funcionará como um cartão de visitas do Ceará para o mundo", avalia.
Estado poderá mostrar potencial

A realização da sexta cúpula dos Brics na Capital cearense será ainda uma ótima chance de incrementar as relações comerciais com estes países assim como apresentar as potencialidades locais aos participantes, desde a estrutura do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, passando pela Zona de Processamento de Exportação (ZPE), e a à toda infraestrutura disponibilizada no Estado.
Segundo o assessor para Relações Internacionais do governo estadual, Hélio Leitão, certamente, as autoridades locais colocarão na agenda a apresentação e a discussão dos atrativos do Ceará, ressaltando a competitividade de seu mercado para atração de investimentos.
Turismo de negócios
Outro ponto importante para o Estado, destaca, será o incrementar o turismo de negócios, ao tornar o Ceará palco de tão grandioso encontro internacional. "Será uma prova de que com o nosso Centro de Eventos temos capacidade de sediar eventos de qualquer porte e dimensão", afirma Leitão. (ADJ)