Resultado mostra que a qualidade da internet 2G e 3G oferecida aos cearenses ainda está aquém do estabelecido
Detentoras das maiores fatias do mercado cearense de telefonia móvel,
as operadoras Oi e TIM continuam sem apresentar resultados satisfatórios
nos seus respectivos serviços de conexão de dados, apontou ontem a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo o 5º ciclo de
acompanhamento dos planos de melhorias da telefonia móvel, entre agosto e
outubro do ano passado nenhuma das duas operadoras conseguiu bater a
meta estabelecida pela autarquia, o que mostra que a qualidade da
internet 2G e 3G das companhias ainda não é a ideal.
Segundo a Anatel, a operadora que apresentou a pior conexão de dados no
Estado foi a Oi, já que no período avaliado a empresa alcançou, no
máximo, uma qualidade de 93,24% no serviço, em agosto. A TIM obteve um
resultado melhor, tendo em vista que registrou 95,17% no mesmo mês, mas
também ficou abaixo da meta, de 98%.
O que também chama à atenção é o fato de ambas as operadoras não terem
conseguido alcançar a meta da Anatel em nenhum momento de 2013, pelo
menos no que diz respeito à conexão de dados em geral. Claro e Vivo, por
exemplo, alcançaram o índice ideal em praticamente todos os meses do
ano passado.
Internet 3G
Levando em conta apenas o desempenho do serviço de internet 3G no
Estado, a TIM conseguiu bater a meta da Anatel durante todos os dez
primeiros meses do ano passado. Em nota, a empresa disse que "foram
observadas oportunidades de melhoria no indicador de acesso à rede de
dados 2G e a companhia já está dedicando esforços para o aprimoramento
necessário desse serviço. Vale ressaltar que a rede 3G apresentou
resultados dentro da meta, com a melhor taxa de acesso em outubro de
2013". A Oi, por sua vez, não atingiu o índice ideal em nenhum momento.
"Em 2013, a Oi investiu R$ 6,3 bilhões, visando à expansão e melhoria da
qualidade da rede móvel (3G e 4G) e da rede fixa para serviços de banda
larga e TV paga", informa a empresa.
Ainda no que diz respeito à conexão 3G, as outras duas operadoras que
atuam no Estado não registraram muitos problemas em 2013. A Vivo
alcançou a meta da Anatel durante todos os meses avaliados pela Agência,
enquanto a Claro só não conseguiu a meta em abril e agosto.
Chamadas de voz
A Anatel também vem acompanhando o desempenho das chamadas de voz das
operadoras de telefonia. No Ceará, segundo a Agência, apenas os clientes
da Oi não tiverem serviço satisfatório entre agosto e outubro, tendo em
vista que a empresa ficou abaixo da meta nesses três meses. "As
situações em que as metas estipuladas não foram alcançadas já foram
mapeadas e estão sendo cuidadosamente analisadas e tratadas pela
companhia", informou a Oi.
Quanto à taxa de desconexão de chamadas de voz, a Anatel informa que
todas as quatro operadoras atuantes no Estado cumpriram o estabelecido
no plano de melhorias, apesar da TIM ter sido a companhia com os maiores
índices, em torno de 1%. Conforme a Agência, a taxa de queda precisa
ser igual ou inferior a 2%. "A TIM reitera que, para manter o
cumprimento das metas e aprimorar ainda mais seu desempenho nos
indicadores, seguirá direcionando fortes investimentos para
infraestrutura no país. O valor apresentado à Anatel foi ampliado para
R$ 11 bilhões no triênio 2014-2016, sendo 90% desse aporte destinado
para melhorias e ampliação da rede", explica a empresa.
Serviço questionado
As operadoras de telefonia têm a qualidade de seus serviços
questionados há tempos no Estado. Em 2013, aliás, elas foram alvo até de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) feita por deputados
estaduais. Os problemas com telefonia também fizeram quase duas mil
pessoas irem ao Decon Ceará no ano passado.
Ligação de fixo para celular cairá 13%
Brasília/Barcelona. A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) publicou ontem, no Diário Oficial da União, as
novas tarifas de remuneração de redes móveis, que vão determinar uma
redução de 13% em média do preço das ligações de telefones fixos para
celulares a partir do próximo mês. A expectativa da Anatel é que os
novos valores praticados nas chamadas de fixo para móvel gerem uma
economia anual para os consumidores da ordem de R$ 2,1 bilhões.
Com as mudanças, o preço médio das ligações locais de fixo para celular
passará de R$ 0,45 para R$ 0,39 por minuto. O preço médio das ligações
interurbanas feitas de fixo para móvel com DDD iniciando com o mesmo
dígito (exemplo: DDDs 61 e 62) passará de R$ 0,93 para R$ 0,80, e o
preço médio das demais ligações interurbanas de fixo para celular
passará de R$ 1,05 para R$ 0,92.
Plano de metas
A redução é resultado do Plano Geral de Metas de Competição da Anatel,
aprovado em 2012, e abrange chamadas da telefonia fixa para celular,
sejam ligações locais ou de longa distância, originadas nas redes das
concessionárias da telefonia fixa (Oi, Telefônica, CTBC, Embratel e
Sercomtel) destinadas às operadoras móveis. A Anatel diz que novas
quedas de valores estão previstas para 2015.
Identidade digital
As operadoras de telefonia lançaram ontem uma nova estratégia:
centralizar o controle de identificação digital de quem usa a internet.
Apesar de não ter havido menção explícita à agência americana NSA, o
plano é colocado em marcha após o escândalo de espionagem que brotou no
vácuo da falta de regulação sobre os dados de usuários.
A ideia é padronizar uma tecnologia que identifique cada usuário a
partir do chip de seu celular, cada vez mais o meio dominante de acesso à
internet. Essa identidade daria acesso a serviços na internet (como
bancos e aplicativos de música) e comandaria também outros aparelhos,
mesmo que não conectados diretamente à internet.
"A autenticação é o pesadelo dos usuários", afirmou Stéphane Richard,
presidente da operadora francesa Orange. "A transmissão dos dados é
feita sem encriptação, o que a torna fácil de interceptar, e muitas
vezes o controle usado é o próprio email." Na proposta apresentada
ontem, o controle passa a ser feito a partir de dois dados: o cartão
telefônico de cada aparelho (SIM card) e uma senha o acesso via desktop
não foi contemplado, ao menos no plano mostrado durante o Mobile World
Congress, em Barcelona.
Para as teles, é uma tentativa de manter relevância no xadrez digital.
Sua força original de receita, a transmissão de voz, declina
rapidamente. Deve deixar de ser a fonte predominante em todo o planeta
nos próximos anos, e em muitos lugares já ficou para trás. Por exemplo:
uma das maiores operadoras da América Latina, a mexicana América Móvil,
controladora da Claro no Brasil, viu sua fatia de receita com voz passar
de 80% para 39% desde o ano 2000.
Transmissão de dados
O cenário para as teles tampouco é róseo na transmissão de dados. O
mercado foi largamente tomado pelos chamados OTT, jargão que o setor
utiliza para descrever gente conhecida dos usuários, como Skype e
WhatsApp. No mais básico dos serviços digitais, a troca de mensagens, as
operadoras já comem poeira.
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