quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Município de Caucaia cancela o carnaval por falta de praia


Dos 184 municípios do estado do Ceará, apenas oito não estão em estado de emergência com problemas de seca. Apesar disso 44 municípios cearenses anunciaram a realização de festas no período do carnaval, investindo valores absurdos com a contratação de bandas de forró.
De acordo com uma funcionária da Associação de Municípios do Estado do Ceará (APRECE), que preferiu não ter o nome identificado, o órgão não tem o controle dos municípios quanto a realização ou não do carnaval. “Alguns municípios, como Palmácia, não vão ter festas e outros estão indecisos, aguardando patrocínio local para contratação de bandas menores. Ligamos para 169 municípios até agora e não tomamos nota das respostas de todos”, afirmou a funcionária.
Os municípios de Coreaú e Crateús cancelaram os seus carnavais, mas a APRECE não informou o motivo. Já Santa Quitéria teve o carnaval cancelado por obrigação da justiça. Outros municípios que também cancelaram as festas foram Jaguaretama, Senador Pompeu e Milhã, em cumprimento a recomendação do Ministério Público (MP).
Outras cidades que anunciaram a desistência das festas sem justificativa foram Maranguape, Solonópole, Juazeiro do Norte, Aurora, Baixio, Farias Brito, Groaíras e Hidrolândia. Já segundo a Prefeitura de Itapajé, um dos motivos que levou à suspensão do evento foi a falta de estrutura policial.
Por meio de nota no site da Prefeitura de Umirim, o prefeito Zé da Marieta anunciou que não realizará a festa, pois “os recursos que seriam destinados ao evento, serão investidos em ações no combate à seca, na saúde pública, tratamento de dependentes químicos e segurança”.

Caucaia
Mas o que chama a atenção é que, enquanto alguns municípios cancelam suas festas por conta da seca, Caucaia cancelou o carnaval esse ano por um motivo também de causas naturais, mas bem diferente dos outros. Caucaia, município que abriga as localidades de Iparana, Icaraí e Cumbuco, está sem praia. O município passa por um grave problema de erosão no litoral, o avanço do mar esta próxima até de áreas residenciais. Por conta disso a Prefeitura confirmou o cancelamento das festas.
 De acordo com Eunivaldo Pereira, assessor de comunicação do Tribunal de Contas do Município (TCM), os municípios que cancelam suas festas não têm obrigação de avisar ao TCM. O órgão apenas acompanha os municípios que estão em processo de contratação das festas. “O cancelamento cabe ao prefeito, que analisa as condições e não tem obrigação de nos avisar. Nós apenas temos formalidade legal com os municípios que vão fazer festa”, explica.



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