Um movimento articulado por
setores do PT e PMDB tenta tirar o senador Eunício Oliveira da disputa
ao Governo do Estado. O peemedebista, que pode se tornar dissidente da
aliança com o PROS e o PT teve, nessa segunda-feira (03/02), o nome
citado para assumir o Ministério da Integração Nacional.
A referência ao nome de Eunício Oliveira surgiu durante reunião de
dirigentes nacionais do PMDB com a presidente Dilma Rousseff e marcou
mais uma etapa de negociações da reforma ministerial. Um dos
articuladores para uma possível saída honrosa do senador peemedebista da
disputa à sucessão estadual é o deputado federal José Nobre Guimarães
(PT). A missão de Guimarães é formar um palanque único no Ceará, unindo
PMDB, PT e PROS.
Eunício tem mantido uma agenda de pré-candidato ao Governo do Estado e
reafirmou em diferentes oportunidades que independente do apoio dos
irmãos Ciro e Cid Gomes entraria na corrida ao Palácio Iracema. O
ex-ministro e atual Secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes, já disse
que o candidato a governador sairá dos quadros do PROS.
A declaração desagradou a aliados
de Eunício que, ao invés de desanimar, colocou o pé na estrada e
intensificou visitas aos municípios do Interior do Ceará. Senador na
metade do mandato, Eunício não se manifestou sobre a referência ao seu
nome para o Ministério da presidente Dilma Rousseff e, na semana
passada, por meio da assessoria de imprensa, defendeu o cearense
Francisco Teixeira na pasta da Integração Nacional. Quanto ao sonho de
ser governador, Eunício o alimenta e se coloca como o candidato mais
viável, em termos eleitorais, dentro do grupo liderado pelo Governador
Cid Gomes.
A viabilidade eleitoral, como expõe o próprio Eunício Oliveira, está
nas pesquisas de opinião pública que o colocam – entre os pré-candidatos
da base governista, com a preferência dos eleitores para a sucessão de
Cid Gomes. Os outros pré-candidatos são o vice-governador Domingos
Filho, o presidente da Assembléia Legislativa, José Albuquerque, e o
ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino – todos filiados ao PROS.
Em 2010, quando foi eleito
senador, Eunício elegeu o projeto de se lançar, quatro anos mais tarde,
ao Governo do Estado. Ao longo dos últimos três anos, fez é o dever de
casa para quem alimenta sonhos na vida pública e política: manteve uma
agenda intensa de visita aos municípios, desempenha bem o mandato no
Senado, é assíduo nas reuniões de comissões técnicas e nas sessões
plenárias e articula a liberação de recursos para o Governo do Estado e
para os municípios.
Com essa estratégia, Eunício se
consolidou como liderança e alternativa ao Governo Estadual. Agora,
tirá-lo da sucessão estadual não é, para muitos, tarefa fácil. O
peemedebista é considerado o nome mais forte para enfrentar o candidato
do PROS à sucessão estadual e, ao invés de gerar prejuízos ao palanque
de reeleição da presidente Dilma Rousseff no Ceará, acaba por
fortalecê-lo como mais um cabo eleitoral. A mesma análise não vale para o
esquema político dos irmãos Cid e Ciro Gomes que vêem a candidatura de
Eunício Oliveira como estímulo a oposição e ameaça de um segundo turno
nas eleições ao Governo do Estado. Um dos nomes da oposição é do
ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), que atrai PSB, PSDB e
setores do PT, PV e PRB.
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