A crise gerada pelo convite da presidente Dilma ao senador Eunício
Oliveira para ocupar o ministério da Integração Nacional teve um efeito
colateral devastador na sucessão cearense. Sem querer correr riscos de
perder o apoio do PMDB à reeleição da presidente Dilma, Lula comunicou
ao vice-presidente Michel Temer que: “ ou a base aliada sai unida no
Ceará, ou sai totalmente dividida”.
A tradução do recado de Lula é o seguinte: ou o governador Cid Gomes e
o senador Eunício Oliveira se entendem em torno de um único candidato
ao Abolição, ou o PT terá candidatura própria a governador, no caso a
ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins.
Para complicar o cenário eleitoral do Ceará, Eunício fincou pé e não
abre mão em hipótese alguma de sua candidatura. Assim, ou o governador
Cid o apóia ou tenta manter o PT no seu palanque. Ciente da proximidade
de Cid com o principal cacique do PT cearense, o deputado José
Guimarães. Lula já avisou também ao PMDB que o parlamentar só será
candidato ao Senado em caso de união da base aliada. “ Com disputa entre
o candidato de Cid e Eunício ao Governo, Guimarães não concorrerá ao
Senado. Se houver insistência nessa candidatura, o PT do Ceará será
enquadrado”.
O movimento de Lula visa obrigar o governador Cid e o senador Eunício
a conversarem e a se entenderem na disputa pelo Abolição. Se não houver
o entendimento, o PT não ficará em nenhum lado. Essa é a nova
orientação de Lula que entra em confronto direto com o que vinha sendo
defendido no Ceará pelo deputado José Guimarães.
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