O ex-governador Cid Gomes (PDT), em entrevista ao jornalista Jorge Moreno, do Blog do Moreno, do Jornal O Globo, descartou a possibilidade de concorrer às eleições de 2018 à Presidência da República, afirmou que o candidato ao Palácio do Planalto é o irmão Ciro e antecipou o seu sonho e o seu projeto na política: disputar, em sete ou 11 anos, um mandato de senador.
A declaração de Cid desperta curiosidade e projeções sobre as eleições de 2022 e 2026 e, ao mesmo tempo, afasta uma briga antecipada na corrida do pleito de 2018 quando terminam os mandatos dos senadores Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT). Dentro da aliança PT e PDT, surgem atualmente os nomes do Secretário da Fazenda, Mauro Filho, do Ministro das Comunicações, André Figueiredo, e do próprio José Pimentel. O cenário de 2018 não pode, porém, excluir Cid como opção ao Senado.
‘’Vou militar, sem ser candidato. Deus me livre e me guarde de ir para a Câmara. Estou com 52 anos. Se Deus me der saúde, daqui a uns sete, onze anos, talvez seja candidato ao Senado, para encerrar a carreira’’, disse Cid Gomes, ao jornalista de O Globo, ao afirmar, ainda, que, quanto à corrida presidencial de 2018, o irmão Ciro está mais preparado e será o candidato do PDT à sucessão da presidente Dilma Rousseff.
Em 2018, Cid Gomes estará com 55 anos de idade e, na corrida ao Senado, serão duas vagas com o encerramento dos mandatos de Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT). Em 2022, Cid estará com 59 anos e uma vaga aberta ao Senado, quando se encerra o mandato do senador Tasso Jereissati (PSDB). Ou seja, pelas projeções, Cid vai esperar a renovação em 2022 ou disputar, em 2026 – aqui, ele estará com 63 anos, uma das vagas dos sucessores de Eunício e Pimentel. Ufa! É tempo demais e muito espera.
Cid faz planos a médio e longo prazo com uma moderação: ‘’se Deus me der saúde, daqui a uns sete, onze anos, talvez seja candidato ao Senado, para encerrar a carreira’’. O redesenho da política do Ceará nada impede que, em 2018, Cid Gomes antecipe o sonho de concorrer ao Senado. Entrar nessa disputa com um aliado no Executivo é bem melhor do que esperar o cansaço do ciclo de poder e, no futuro, ser candidato de oposição ao grupo que estiver no Governo.
PDT E PLANALTO
O ex-governador volta os olhos atualmente para ampliar as bases do PDT no Ceará e trabalhar o nome do irmão Ciro para a corrida presidencial de 2018. ‘’O Ciro é o melhor da família. Eu sei dos meus potenciais e das minhas limitações e conheço os deles. O futuro de lideranças do Brasil está muito aberto e essa abertura favorece coisa nova. Eu teria alguma vantagem nesse ponto, mas, por outro lado, a militância e o conhecimento que ele tem permitirão que alguns dos conceitos atribuídos a ele possam ser revistos’’, expôs Cid Gomes, na entrevista ao Blog do Moreno.
Em outro trecho da entrevista, ao ser questionado sobre a fama de Ciro Gomes ter pavio curto, Cid afirmou: ‘’Boa parte era ímpeto da juventude. Naturalmente, ele amadureceu nesse aspecto. Mas boa parte foi oportunismo da oposição. O que marcou Ciro na campanha em 2002? Uma entrevista que ele deu em Salvador e tomou as dores contra uma agressão ao ACM, chamou o cara de burro. Isso é pecado capital? Não é. A outra foi fruto de provocação de um repórter querendo subestimar o papel dele e superestimar o papel da atriz Patrícia Pillar e ele fez uma declaração pouco feliz de que o papel dela era dormir com ele. O que é politicamente correto? Falar da boca para fora ou dar espaço no governo para mulheres como ninguém até hoje deu?’’
E, ainda, sobre candidatura presidencial, o ex-governador Cid Gomes foi taxativo: ‘’Hoje o que está em jogo é a preservação do mandato da Dilma. Apesar de todo carinho, estamos pensando não por ela, mas pela defesa de um princípio democrático. Não dá para pensar que popularidade baixa a solução é impeachment. O partido não tirou posição para daqui a dois anos, mas no curto prazo tem posição clara de defesa do mandato. Ainda quero falar com ela que fui para outro partido e defendo que o partido lance candidatura até 2018. Até lá, estamos dispostos a apoiar o governo. Quero dizer: “A senhora conte conosco até quando achar que seja do seu interesse”.
Quando questionado sobre a vida partidária, Cid Gomes disse que não dá para não rir quando fala da sua trajetória partidária. ‘’A grande crítica que se faz à migração de partidos no Brasil é porque as mudanças se fazem em cima de fisiologismo. No nosso caso nunca foi por fisiologismo. Pelo meu gosto, cada vez que eu entrava, sempre desejei que fosse definitivo’’, disse o ex-governador, que chegou à Assembleia Legislativa, em 1994, eleito, pelo PSDB, para o primeiro mandato de deputado estadual e que, nos últimos 20 anos, passou pelo PPS, PSB e PROS. Em 1992, Cid concorreu ao cargo de vice-prefeito de Sobral pelo PMDB.
Quanto ao quadro nacional, Cid Gomes se opõe aos críticos do PDT que vêem um lado fisiológico quando o partido vota contra o Governo e, ao mesmo tempo, se mantem com cargos na administração federal.
Diante dessa análise, Cid reagiu. ‘’Não vamos confundir as coisas. A política existe para se alçar ao poder e no poder se implementar aquilo que se acredita. Não pode transformar agora poder em coisa espúria. O que se tem que fazer é colocar gente boa no poder. Nunca foi rompimento com o governo. Como rompeu e Manoel Dias estava lá?’’
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