Doenças crônicas são responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil. No Ceará, mais de 41% da população adulta possui pelo menos uma doença crônica, o equivalente a 2,5 milhões de pessoas. Elas atingem principalmente as mulheres (56% do total que possui doença crônica), enquanto os homens representam 44%. São elas: hipertensão arterial, diabetes, coluna, colesterol e a depressão. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, através de levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde.
Doenças crônicas de grande magnitude, a hipertensão e o diabetes são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A pesquisa revela que 1,1 milhão de pessoas acima de 18 anos sofre de hipertensão no Ceará (18,7%), enquanto o diabetes atinge 306 mil pessoas (4,9%). Com índices de 19,4% e 14,5%, o Norte e o Nordeste são as regiões com menores prevalência de hipertensão arterial. O Sudeste lidera o ranking nacional, com 23,3%, seguido pelo Sul (22,9%) e o Centro-Oeste (21,2%).
Coluna
Chama a atenção o alto índice de pessoas com problemas crônicos de coluna. Em todo o Ceará, 1,4 milhão de pessoas são acometidas pela doença, o equivalente de 24% da população, índice superior à média nacional, de 18,5% - 27 milhões de adultos em todo o País. Os problemas lombares são os mais comuns e a prevalência maior é entre as mulheres (24,5%), contra 23,5% dos homens. Essa é a primeira vez que a pesquisa traz o percentual de brasileiros que afirmam ter um diagnóstico médico de problema crônico de coluna.
Em todo o País, a doença crônica de coluna está diretamente ligada ao avançar da idade, atingindo 8,7% dos jovens de 18 a 29 anos, aumentando para 26,6% nas pessoas acima de 60 anos de idade.
Principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, o colesterol alto atinge 638 mil pessoas acima de 18 anos no Ceará, (10,3% da população). Distúrbio afetivo que ocasiona a queda do humor, a depressão atinge 272 mil adultos no Ceará, 4,4% da população, índice superior à média nacional, de 7,6%.
Lineu Jucá, cirurgião cardiovascular e superintendente de Apoio à Rede de Unidades da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), destaca que a hipertensão não tratada tem como principal complicação o Acidente Vascular Cerebral (AVC), enquanto o diabetes não tratado pode levar à cegueira, à amputação ou gerar infartos - uma vez que causa 25% mais aterosclerose (entupimento das artérias). Por isso, acrescenta, a importância do controle dessas doenças, para evitar complicações futuras.
"O Brasil engordou em 20 anos o que o americano levou 100 anos para engordar. Pelo menos 14% da população tem sobrepeso, ocasionando dores na coluna frequentes", alerta. O especialista reforça que as pessoas precisam praticar atividades físicas para fortalecer a musculatura e evitar ficar no sobrepeso. O cirurgião informa que as doenças cardiovasculares são as que mais matam em todo o mundo, seguido dos cânceres e das causas externas, a exemplo de homicídios ou acidentes de trânsito. "No Ceará, porém, homicídio e trânsito já matam mais do que todos os cânceres", frisa.
Hábitos
Outro dado que a pesquisa traz é que, entre os adultos, 46% não praticava atividade física em nível suficiente no lazer, trabalhos, afazeres domésticos ou nos deslocamentos diários e 28,9% assistiram à televisão por três ou mais horas diárias. A Pesquisa Nacional de Saúde visitou cerca de 80 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País no segundo semestre do ano passado.
Em relação aos hábitos alimentares dos brasileiros, 37,3% dos adultos consumiam frutas e hortaliças na quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e 37,2% consumiam carne ou frango com excesso de gordura. Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, 24% dos adultos ingeriam bebida uma vez ou mais por semana, sendo essa frequência quase três vezes maior entre os homens (36,3%) do que entre as mulheres (13%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário