A nomeação do Governador Cid Gomes (PROS) para o Ministério da Educação representa um golpe e um duro recado para aliados e oposicionistas dos irmãos Ferreira Gomes no Ceará. Dois adversários – Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB) ficaram, durante muito tempo, céticos quanto a ascensão de Cid Gomes ao Palácio do Planalto. A nomeação, porém, os surpreendeu.
Bancado pela presidente Dilma Rousseff em um gesto de gratidão, de reconhecimento ao bom desempenho do Ceará na área educacional e pelo poder de articulação política, Cid Gomes chega a Brasília fortalecido para administrar um dos maiores orçamentos da União e um Ministério com muitas ações, boas notícias e poucos problemas. A projeção nesse cenário pode levá-lo a desafios no quadro nacional a médio e longo prazo.
A nomeação de Cid Gomes deixa adversários atônitos e aliados preocupados. No primeiro grupo, estão o senador Eunício Oliveira (PMDB), o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), a ex-prefeita de Fortaleza e deputada federal eleita Luizianne Lins (PT) e o senador eleito Tasso Jereissati (PSDB).
Eunício perdeu a eleição ao Governo do Estado para o candidato Camilo Santana (PT), escolha pessoal de Cid. ‘’Desse jeito, foi queda e coice’’, disse um peemedebista, depois de oficializada a indicação de Cid. O PMDB ainda luta para indicar novos ministros e Eunício não perdeu as esperanças de compor a Esplanada dos Ministérios, embora tenha pregado que a prioridade pessoal é continuar no Senado.
O tucano Tasso fará oposição cerrada ao Governo Dilma no Senado a partir de primeiro de janeiro de 2015. Como contrapartida, Dilma terá Cid Gomes como fiel aliado. O grupo de Roberto Pessoa, também, sai derrotado porque o adversário cresceu além das análises e leituras que o colocavam como fragilizado para as eleições de 2016 e 2018.
Entre os aliados, Cid Gomes enfrentará o ciúme dentro do PT porque, em janeiro de 2015, se transformará em voz do Governo Dilma Rousseff no Ceará. O ciúme não virá do Governador Camilo Santana, mas de integrantes do PT que projetavam espaços mais generosos junto ao Governo Federal para carrear projetos e ações do Palácio do Planalto para os municípios cearenses.
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