Passado o acirramento das eleições e, agora, em clima de festa com o diploma de senador eleito nas mãos, Tasso Jereissati (PSDB) usou tom menos ríspido para se referir ao governador Cid Gomes (Pros), que se despede do cargo daqui a 11 dias. Tasso – que, em junho deste ano, chegou a dizer que a atual gestão estadual é um retrocesso ao modelo dos coronéis – sustentou as críticas ao ex-aliado, mas amenizou ao avaliar que Cid não fez um péssimo governo.
“Não foi um governo péssimo, não foi. Mas eu tenho uma visão diferente. O Cid tem uma visão muito construtivista, da obra, da construção. E eu acho que a gente tem que olhar mais para a consequência, de como fazer essa obra funcionar, como valorizar o homem, mais do que a obra em si”, avaliou o tucano na noite de ontem, em entrevista na solenidade de diplomação dos candidatos eleitos.
Embora tenha sido convidado, Cid não compareceu ao evento. Mas Tasso teve um reencontro com o irmão do governador, Ciro Gomes (Pros), outro ex-aliado com quem o senador tinha fortes laços pessoais e políticos, rompidos em 2010 por falta de acordo para a disputa eleitoral. Ao avistar Ciro no evento, Tasso deixou a área reservada para autoridades e foi cumprimentá-lo. Os dois trocaram sorrisos e um longo aperto de mão. “Tá velho, né? Cheio de cabelo branco”, brincou Tasso. “O tempo passa...”, respondeu Ciro.
Oposição federal
O senador eleito disse que não existe “nenhuma inimizade” com o clã Ferreira Gomes, mas explicou que não há mais relação de proximidade com os irmãos. Tasso mudou o tom, no entanto, quando questionado sobre o cenário nacional. “Eu fico envergonhado, é uma desmoralização total. Só tem um jeito: fazer uma limpa nisso tudo”, afirmou, questionado sobre a lista dos 28 políticos citados pelo primeiro delator da Operação Lava-Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
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