Os últimos dias têm sido movimentados para os partidos que desejam lançar candidaturas majoritárias nas eleições deste ano no Ceará. Os dirigentes, que há algum tempo já começaram a viajar ao Interior do Estado para mobilizar as bases eleitorais, realizaram encontros nos municípios para tentar arregimentar apoios aos respectivos pré-candidatos cearenses.
No último sábado as atenções estavam voltadas para o Município de Crateús em razão do 12º encontro regional do PMDB. Lá o senador Eunício Oliveira deu sinais de oposicionistas e fez algumas críticas ao Governo de Cid Gomes (PROS). Segundo o senador, há diferença entre ele e o governador que por ser engenheiro só pensa em grandes obras e ele, como humanista tem compromissos com o social.
O PMDB tornou pública seu rompimento com o Governo estadual na sexta-feira, 2 de abril, quando todos os filiados do partido que ocuparam secretarias estaduais entregaram os cargos. Antes, Eunício já havia conversado com Cid, quando pediu e não recebeu o apoio para ser candidato a governador
Mobilizações
Na sexta-feira passada, 9 de maio, o PSB encerrou o 7ºencontro do partido, que foi sediado também no Município de Crateús durante toda a manhã. A pré-candidata da sigla ao Governo do Estado, Nicolle Barbosa, apresentou aos correligionários e prováveis candidatos a cargos proporcionais, algumas diretrizes que devem guiar a elaboração do seu plano de governo, que está em fase de construção, com base nas propostas do postulante a presidente da República pelo PSB, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco.
Também marcaram presença no 7º encontro da legenda o presidente, representantes de diretórios municipais da região. "A cada visita dessa nosso plano de Governo vai aumentando. Ela (Nicolle) estava desde quarta-feira (em Crateús) coletando informações para acrescentar ao plano", detalha a deputada Eliane Novais, que tentará vaga na Câmara Federal e estava no encontro da sigla.
A ex-senadora Marina Silva, que disputará o cargo de vice-presidente da República na chapa de Eduardo Campos, estará em Fortaleza hoje, a partir das 9h, para participar de conferência internacional, no Hotel Vila Galé, sobre impactos nas mudanças climáticas.
Eliane informa que dirigentes do PSB conversarão com Marina para marcar uma reunião posterior sobre as eleições, mas não será durante a estada da ex-senadora em Fortaleza, já que ela vem cumprir agenda institucional e não política, pondera a deputada. Em seguida, o PSB cearense quer se reunir em junho com Eduardo Campos.
O PT também promove encontro, hoje, para discutir as eleições deste ano. O diretório municipal da legenda vai reunir deputados estaduais e federais que tentarão a reeleição, além de vereadores da agremiação. O evento será realizado na sede da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços do Ceará.
Críticas
"Vamos intensificar o nosso trabalho, definir estratégias e essa eleição será decidida pela vontade do povo", disse o senador Eunício Oliveira, em Crateús, no sábado, acrescentando que apoiou "o projeto e o governador Cid, mas não tivemos oportunidades de discutir plano, ações, e agora estamos livres para apresentarmos críticas contra a gestão estadual". "Não tenho um projeto pronto, acabado, mas vamos ouvir a sociedade, o povo, os segmentos sociais, os sindicatos, e colher sugestões".
Após discurso de dezenas de lideranças políticas, Eunício reafirmou o seu compromisso de disputar o Governo e apresentou críticas à gestão estadual: "Em apenas cinco municípios, concentram-se 70% da renda do Estado; Fortaleza é a sétima capital mais violenta do Mundo; não há um programa de convivência com a seca e pessoas esperam meses ou anos por realização de exames de saúde; os índices de violência podem melhorar, essa crise tem solução".
Em seguida, comparou: "O governador é engenheiro, gosta de ver obras, prédios erguidos; sou humanista e farei um governo de diálogo com a população". Sobre o papel do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff na campanha, disse acreditar que as duas lideranças nacionais do PT não virão ao Ceará.
O senador disse não estar preocupado com assédios aos companheiros peemedebistas do Interior. "Há amizades, mas na hora de votar, todos seguem o partido, não vamos impor nada e aguardo a compreensão dos companheiros". Em seguida anunciou: "Se houver uso da máquina administrativa do Estado de forma política, discriminatória serei o primeiro a denunciar. Não tenho medo porque a decisão cabe ao eleitor", enfatizou.

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