quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dilma anuncia pacote de medidas a trabalhadores

Em queda nas pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou o pronunciamento feito ontem em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar um pacote de medidas com o objetivo de reverter o cenário político e acenar aos sindicatos e às classes média e baixa, que compõem a maior parte do eleitorado brasileiro.
Foram três os anúncios: a correção na tabela do Imposto de Renda, o reajuste de 10% nos valores do Bolsa Família para todos os 36 milhões de beneficiários e a manutenção da política de valorização de salário mínimo. "Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador", declarou.
"Assinei também um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família recebidos por 36 milhões de brasileiros beneficiários do programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU. Anuncio ainda que assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo", disse Dilma.
Petrobras
Responsabilizada pelos partidos de oposição por ter autorizado quando presidente do Conselho de Administração da Petrobras a compra da Refinaria de Pasadena, Dilma aproveitou o pronunciamento em cadeia de rádio e TV para falar do escândalo que envolve a estatal.
"Quero reafirmar o compromisso do meu governo no combate incessante e implacável à corrupção. Novos casos têm sido revelados por meio do trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, órgãos do governo federal", disse.
Crítica da oposição
A oposição sinalizou na noite de ontem que vai entrar com representação na Justiça Eleitoral contra a presidente Dilma Rousseff por propaganda política antecipada. Líderes do PSDB, do PSB e do DEM classificaram o "pacote de bondades" e a defesa da Petrobras apresentados pela petista em pronunciamento pelo 1º de Maio, em cadeia de rádio e televisão, como plataforma para a campanha nas eleições de outubro. Entre as medidas estão o reajuste de 10% no Bolsa Família e a correção na tabela do Imposto de Renda.
"O PT está privatizando os pronunciamentos e utilizando recursos públicos a favor de sua candidata. É o vale tudo eleitoral", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
Mesmo sem apoio
Envolta em pedidos de partidos aliados - e até de setores de sua própria legenda, o PT - pela retirada de sua candidatura para dar espaço à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma procurou minimizar o coro de "volta, Lula" e descartou a possibilidade de abrir mão de disputar a reeleição.
Apesar da tentativa de minimizar o tema, Dilma garantiu que será candidata, mesmo que perca o apoio de parte dos partidos aliados de seu governo.
"Gostaria muito que, quando eu for candidata, eu tivesse o apoio da minha base, agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar ela (a candidatura) em frente", prometeu.

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