quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Tasso e ala do PSDB pressionam Aécio Neves a deixar presidência


A volta de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado foi marcada pela pressão de uma ala de seu partido para que ele deixe definitivamente a presidência da sigla, da qual está licenciado desde maio.
Acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, Aécio foi gravado por Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. Por esse motivo, teve o afastamento do mandato decretado pela Justiça e revertido pelo plenário do Senado na terça-feira (18).
O presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu publicamente a renúncia e disse que o mineiro não tem condições de permanecer no posto. “Agora ele não tem condições, dentro das circunstâncias em que está, de ficar como presidente do partido. Nós precisamos ter uma solução definitiva e não provisória”.

Tasso já defendeu outras vezes a renúncia do senador mineiro. Mas o assunto foi adiado até dezembro, para quando está prevista uma convenção nacional. O novo revés da Justiça, contudo, reacendeu o tema.
A bancada de senadores do PSDB se reuniu na noite desta quarta para discutir o futuro do partido. Até a conclusão desta edição, nada havia sido decidido.
Aécio deixou a reunião sem falar com a imprensa.
Outro a defender a saída do mineiro foi Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), vice-presidente do Senado.

Gesto
Alguns tucanos disseram esperar um gesto voluntário de Aécio, de abrir mão do cargo. Avaliam que o partido já se expôs muito na terça, ao votar em peso pela liberação do senador. E que, agora, é hora de ele retribuir o sacrifício da bancada.
Os dez senadores do PSDB votaram nesse sentido, numa sessão com voto aberto. Só Ricardo Ferraço (ES), que está no exterior, e o próprio senador mineiro não votaram.
Incomodado com o resultado, Ferraço disse que a decisão do Senado foi um “deboche” e anunciou que se licenciará do mandato até 15 de dezembro.
Tasso disse ainda que a decisão tomada na terça pelo plenário do Senado foi “mal interpretada” e defendeu o prosseguimento das investigações contra o tucano.

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