quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Para barrar denúncia, Michel Temer anuncia maratona de reuniões


O presidente Michel Temer anunciou, ontem, uma nova maratona de reuniões com parlamentares para barrar o avanço da segunda denúncia contra si que tramita na Câmara dos Deputados.
Assim como às vésperas da primeira denúncia, à qual os parlamentares não deram aval para prosseguir, em agosto, o peemedebista intensificou o encontro com deputados na agenda. Foram anunciado, pelo menos, 42 deputados que passariam pelo Palácio do Planalto, segundo a agenda oficial divulgada.
A agenda inclui membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), como Édio Lopes (PR-PR), o segundo na agenda, e Alceu Moreira (PMDB-RS), que participará de duas reuniões com Temer.
É por lá que passará primeiro a peça do Ministério Público, para então seguir para avaliação do plenário da Casa. Em sua conta oficial do Twitter, Temer afirmou ainda que os encontros com parlamentares são uma rotina que sempre teve.
“Vou conversar com representantes de todos os partidos da base, de todas as regiões do Brasil. É uma rotina que sempre mantive”, escreveu o presidente. A ideia é que a romaria continue até a votação final no plenário, e se estenda a parlamentares indecisos.
Agenda inflada
Na prática, no entanto, o Palácio do Planalto teria inflado a agenda de Temer, pois alguns parlamentares se disseram pegos de surpresa e negaram que se reuniriam com ele.
A reportagem identificado ao menos três deputados que estavam na lista dos 42 que seriam recebidos pelo presidente. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que consta na audiência das 15h, disse que apenas pediu uma audiência para um outro deputado, mas que não iria ao Planalto.
O mesmo aconteceu com o líder do PP, Arthur Lira (AL), que estava marcado para o encontro das 20h40. Ele disse à reportagem que apenas pediu uma audiência para a bancada de Roraima. “A liderança só pediu. Não vou”, afirmou o parlamentar.
Indignação
A deputada Shéridan (PSDB-RR) ficou indignada com a inclusão do nome dela na agenda. Ela se disse “desrespeitada” e afirmou que não iria ao Planalto.
Redatora de uma das propostas da reforma política, Shéridan afirmou que não foi consultada para a inclusão do nome dela na agenda. “A Presidência tem todos os meus contatos, e, em nenhum momento, falaram comigo. Eu não solicitei e não tenho interesse nessa agenda”, afirmou ela. “Achei desrespeitoso e desagradável”.

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