Considerado um dos nomes do PMDB para comandar o Senado no biênio 2016-2018, o líder da bancada da sigla, Eunício Oliveira, se opõe, em entrevista, nesta quinta-feira, ao Jornal Folha de São Paulo, à reeleição dos atuais dirigentes do Legislativo. Eunício é taxativo ao condenar um novo mandato para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A possível articulação para um novo mandato de Renan e Cunha, segundo Eunício Oliveira, é uma excrescência e ”não é saudável, vira feudo”. Eunício lidera o bloco da maioria formada pelo PMDB-PSD, tem uma boa articulação entre os senadores e é um nome que agrada ao Palácio do Planalto como alternativa à reeleição de Renan Calheiros.
Renan, porém, sonha em conquistar um novo mandato. O estilo do peemedebista de Alagoas agrada os colegas parlamentares aliados, mas insatisfeitos com o Governo Federal e atrai, principalmente, a simpatia dos opositores. Na Câmara Federal, o mesmo contexto vale para o atual presidente Eduardo Cunha que, também, poderá pleitear a reeleição.
Um novo mandato no comando da Câmara e do Senado, no segundo biênio da legislatura, é estratégico para quem sonha com as eleições de 2018. O cargo dá visibilidade e coloca os presidentes do Senado e da Câmara à mesa das decisões políticas e econômicas mais importantes para o País. Há, no entanto, um obstáculo nessa estratégia: a recondução de dirigentes das duas Casas precisa ser respaldada pela Constituição Federal. A Constituição veda a reeleição.
O líder da bancada do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), encontra contradições na tentativa de reeleição para os dirigentes da Câmara e do Senado. ”É absolutamente contraditório o Congresso propor a reeleição para suas Casas quando acaba de aprovar o fim da reeleição para o Poder Executivo”, afirmou o tucano. A Câmara aprovou, na semana passada, em primeiro turno, por 452 votos a 19, o fim da reeleição para presidente, governador e prefeito. O PT, também, não gosta da ideia de reeleição para os dirigentes do Legislativo. ”Na prática, um presidente da Câmara ou do Senado já pode se reeleger em legislaturas diferentes. Se o mecanismo for flexibilizado, um mesmo nome acaba se perpetuando no comando”, reagiu o líder da bancada petista, Humberto Costa (PE).
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