As comportas do açude Araras, no norte do estado, serão fechadas para garantir o abastecimento de cidades do alto Acaraú até abril de 2016. Por outro lado, cidades que estão às margens do rio Acaraú deixarão de receber água do reservatório. É o caso de Sobral, maior cidade do norte cearense.
A decisão foi tomada nessa quinta-feira (12) emreunião extraordinário do Comitê da Bacia do Acaraú. O fechamento das comportas do açude Araras será gradativo até o dia 31 de março, data em que o reservatório deixará de liberar água para as cidades que ficam às margem do rio Acaraú.
A medida visa garantir o abastecimento de Varjota, Reriutaba, Ipu, Pires Ferreira, Ipueiras e Hidrolândia até abril de 2016. Além dessas, outras duas cidades, no sertão cearense, passarão a ser abastecidas pelo reservatório, Nova Russas e Crateús, que enfrenta racionamento desde o ano passado.
O problema é que os três anos de seca prolongada reduziram o volume de água do açude a um nível preocupante. O reservatório conta, hoje, com menos de 9% da capacidade e para garantir o sucesso da operação as comportas serão fechadas e as cidades que ficam a jusante da barragem ficarão sem receber água do Araras.
“Assim será possível garantir o abastecimento dessas cidades até essa data (abril/2016). Vale ressaltar que, se continuarmos com as comportas abertas, o açude chegará ao volume morto antes do meio do ano”, alertou Gianni Lima, assessor da diretoria da COGERH.
A medida afeta diretamente os municípios de Morrinhos, Santana do Acaraú, Forquilha, Groaíras, Cariré e Sobral. Governo do estado e prefeituras terão menos de cinquenta dias para buscarem soluções para o abastecimento das cidades atingidas pelo corte da água do Araras.
Em Sobral, maior cidade do norte do ceará, cerca de 20% da população será atingida pelo problema. A situação é preocupante, reconheceu Silvestre Coelho, diretor presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sobral. “Estamos estudando a construção de uma adutora para levar água do rio Jaibaras até o rio Acaraú, onde hoje é feita a captação da água que vem do Araras”, revelou Coelho.
Nas demais cidades, poços profundos para retirar água do subsolo se apresentam como principal alternativa do governo para garantir o abastecimento.
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