terça-feira, 23 de setembro de 2014

Centrais rebatem Marina e dizem que ela quer “agradar Deus e o diabo”

Desde a divulgação do plano de governo de Marina Silva (PSB), lideranças das centrais sindicais têm criticado as propostas da candidata por considerarem um retrocesso e afronta aos direitos trabalhistas.
Em entrevista ao Portal Vermelho lideranças das centrais sindicais repudiaram a declaração de Marina que afirmou que seu governo, caso eleita, fará uma “atualização” das leis trabalhistas. Segundo sindicalistas, a candidata escancara a sua intenção de precarização, como já preconizava em seu plano de governo.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, afirma que o programa “é um retrocesso das conquistas trabalhistas” e “uma carta de adesão ao sistema financeiro”.
“A classe trabalhadora tem plena consciência de que os direitos trabalhistas são sagrados. Ao reafirmar o interesse de flexibilizar, Marina se rende a política do sistema financeiro que foi aplicada na Europa e em vários países do mundo desempregando 100 milhões de trabalhadores”, enfatizou Araújo.
Contra a maré
Segundo o cetebista, o programa da candidata “rema contra a maré”. “A proposta é um verdadeiro retrocesso. Seu programa é de extrema direita. Suas propostas são focadas em preposições conservadoras que abrem caminho para a desregulamentação das relações de trabalho”, enfatiza Araújo.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores não querem voltar ao passado de uma política em que prevalecia a agenda do FMI. “Nessa política os mais pobres foram penalizados com congelamento dos salários, desemprego, privatizações e ataque aos direitos. Não vamos permitir esse retrocesso”.
Disfarce
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), Marina quer agradar Deus e o diabo. “Essa declaração de que ‘direito é sagrado’ é só um disfarce, pois o seu programa de governo é muito claro ao elogiar a terceirização e propor modificações nas relações trabalhistas. Como cristã que Marina diz ser, deve saber que não se pode agradar a Deus e o diabo”, pontuou Juruna, enfatizando que o programa da candidata mostra que os direitos dos trabalhadores poderão sofrer ataques irreversíveis.
Autonomia do BC
“Quando ela propõe entregar a administração da política monetária para os banqueiros privados significa elevar os juros ao menor sinal de aumento da inflação. E juros altos se traduzem em recessão, desemprego, redução dos salários e, consequentemente, aumento da miséria”, completa Juruna.
Vagner Freitas, presidente da CUT, também repudiou as declarações da candidata. “Marina fala em atualizar as regras para ajudar na geração de empregos. O que isso significa? Quando os empresários falam isso eles são claros: querem diminuir direitos e ampliar lucros. Nada mais que isso”, disse Freitas.
Marina é a antítese de Dilma
Já o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto, afirma que a proposta de Marina “é o que há de mais atrasado nesta disputa eleitoral”.
“Nos governos Lula e Dilma os trabalhadores conquistaram avanços com a geração de empregos, aumento da renda e a conquista de direitos, como a PEC das Domésticas, que resgatou um processo desde a escravidão. A proposta de Marina é a antítese da proposta da presidenta Dilma. Um projeto antinacional e antidesenvolvimentista”, reforçou Neto.

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