quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Santa Casa de Fortaleza paralisa as atividades

A Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza vai paralisar os atendimentos eletivos hoje (25) e só funcionará com 20% da sua capacidade. A ação faz parte de uma mobilização nacional de mais de 2.100 Santas Casas e hospitais filantrópicos e visa pressionar o governo federal pela revisão do valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às unidades de saúde. No País, as entidades somam mais de R$ 15 bilhões em dívidas.
De acordo com Luiz Marques, provedor da Santa Casa de Fortaleza, serão paralisados os atendimentos, serviços de ambulatórios e cirurgias eletivas durante o dia inteiro, enquanto os setores de urgência, emergência e as cirurgias que não podem ser adiadas funcionarão normalmente. O atendimento será normalizado amanhã (26). "Queremos a revisão na tabela de repasses do SUS, principalmente do incentivo que nos é dado nos procedimentos de média e alta complexidade. Precisamos de incentivos nos financiamentos para aquisição de equipamentos médicos", ressaltou Luiz.
A falta de repasses maiores está impedindo que a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza realize um número maior de cirurgias, o que resulta no aumento da fila de espera. De acordo com o provedor, o hospital tem capacidade para realizar, pelo menos, mais 200 cirurgias por mês, mas não o faz por falta de recursos. Médicos e centros cirúrgicos acabam ficando ociosos devido à limitação financeira.
Em entrevista ao Diário do Nordeste no início deste mês, a titular da Secretaria Municipal de Saúde, Socorro Martins, afirmou que os repasses são feitos devidamente. "O que acontece é que a Santa Casa está com uma demanda maior do que a estabelecida no contrato. Estamos avaliando a criticidade desses pacientes, já mandamos estudos feitos para o Ministério de Saúde, na tentativa de aumentar os nossos recursos", esclareceu.
A situação financeira não permite que o hospital faça investimentos estruturais e profissionais. A unidade sobrevive recebendo somente aquilo que precisa para manter o funcionamento do hospital, que tem mais de 800 funcionários. Segundo Luiz Marques, 95% dos pacientes da Santa Casa são atendidos pelo SUS, que só cobre 64% das despesas com os atendimentos.

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