segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Com permanência ameaçada,Tasso Jereissati ganha apoio


A repercussão do programa do PSDB, que causou a indignação de setores governistas do partido, colocou na berlinda a permanência do senador cearense Tasso Jereissati na presidência interina da sigla. Tasso afirma que segue disposto a implementar medidas “para reconectar o partido com a sociedade” e que “se não for afastado”, nesta semana, vai continuar no caminho para “refundar o PSDB”.
“É impressionante a recepção da propaganda na opinião pública e a raiva que provocou em alguns políticos. Isso mostra como estamos distantes da sociedade. Recebi milhares de e-mails dizendo que é isso mesmo e muita gente que encontrei aqui disse que não viu nenhuma acusação a Temer, vamos em frente”, disso o senador em entrevista ao O Globo.
Aqui no Ceará, na última sexta-feira, Tasso conversou com a reportagem do jornal O Estado e disse que “a polêmica é necessária. Quem faz autocrítica não espera que não haja uma determinada polêmica. É bom porque desperta, de todos, posições diferentes e eu acho que a população quer isso hoje.”
A peça publicitária que foi ao ar, na noite da última quinta-feira, faz uma autocrítica e diz que o PSDB errou ao deixar de lado suas origens e “ceder” ao fisiologismo. O vídeo despertou reação de três dos quatro ministros tucanos no governo de Michel Temer. “Eu não me arrependo de nada. Tenho responsabilidade total pelo programa”, disse ao responder sobre não ter ouvido correligionários sobre a peça antes de levá-la ao ar.

Durante evento em Fortaleza, na sexta-feira, com a presença do prefeito de São Paulo, João Doria, o secretário de Planejamento e Gestão do Governo do Estado, Maia Júnior, considerou que uma “minoria” do PSDB está atuando para tentar destituir Tasso Jereissati (PSDB) da presidência interina do partido e mandou um recado à executiva nacional: “O Ceará tem muita honra de ter Tasso como filho, ter Tasso como político, ter o Tasso como nosso representante”.
Maia fez uma defesa enfática e “mandou um recado” através de Doria. “Quero prefeito [Doria] que o senhor leve este recado do Ceará, porque acordei, hoje, com muitas mensagens de correligionários, de amigos, de admiradores, e herdeiros desta referência política que mudou o Ceará, que é o senador Tasso Jereissati. Diga ao nosso partido lá em São Paulo que o Tasso representa o Brasil, porque o Brasil pede mudança. Apenas uma velharia política quer perpetuar este caminho errado que o país já não aceita mais”, frisou Maia.

Aliado de Tasso, Maia disse que a reação partiu da “velharia” política. O secretário afirmou ainda que, com a ajuda de Doria, Tasso transformará o Brasil, assim como fez com o Estado à época que foi governador. E pediu que Tasso não renuncie diante da pressão. “Não se apequene como dizia Sérgio Mota. Não se deixe levar por este opositores. Imponha em você a coragem e vamos mudar este país”, finalizou.
Doria
Em Fortaleza, João Doria teceu elogios ao senador cearense, fazendo referência a sua vida política e empresarial. Questionado sobre o programa partidário do PSDB, o prefeito afirmou que não assistiu, pois “estava ao vivo em um programa no meu gabinete”.

No dia seguinte, no entanto, Doria voltou a se manifestar e, alinhado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reforçou o apoio a permanência de Jereissati no comando da legenda. O prefeito acredita que o partido não sairá “arranhado” após a mea-culpa. “Pelo contrário, sairá fortalecido. É um partido que reconhece seus valores, suas conquistas, e também a sua necessidade de mudar, de se aperfeiçoar, de estar mais sintonizado com a população.”
O prefeito paulistano também defendeu que os ministros tucanos permaneçam no governo e que Tasso siga como presidente interino do PSDB. “Estamos na fase da estabilidade para proteger as reformas, de participar ativamente para que a reforma trabalhista seja aprovada o mais rapidamente possível [ela já foi aprovada no Congresso e sancionada por Temer] e, na sequência, reabrir o debate da reforma previdenciária, finalizar dentro do prazo a reforma política e iniciar o ano que vem, quem sabe, debatendo a reforma tributária”, afirmou.

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