segunda-feira, 13 de abril de 2015

PT deve agir para evitar ampliação de desgaste

O Partido dos Trabalhadores (PT) é composto por algumas tendências com pensamentos distintos sobre diversos temas da política nacional e que divergem sobre o modelo adotado pela presidente Dilma Rousseff. Para alguns membros desses setoriais, a crise pela qual o País passa deve atingir a gestão de Camilo Santana, independentemente do posicionamento partidário do governador do Ceará.
Segundo Elmano Freitas, presidente do PT de Fortaleza e membro da corrente Democracia Socialista (a mesma de Luizianne Lins), o Governo Federal é o maior culpado pelos seus desgastes devido às medidas que tomou e que vão de encontro aos interesses da maior parte da população, como os reajustes feitos à pensão por morte, seguro-desemprego e ajuste fiscal. "Temos que renovar nossas bandeiras políticas e apresentá-las à sociedade. O que está posto aí não satisfaz a sociedade e muito menos a militância do PT", apontou.
Para Elmano, o PT errou ao não fazer uma avaliação de seu Governo e não garantir reformas estruturais, como a democratização das comunicações e reformas tributária e política. "Temos que ser mais duros e rígidos sobre filiados do partido. Passamos a admitir dinheiro de empresa para financiar a vida partidária e temos que debater isso".
De acordo com Freitas, mesmo sendo lançado pelo ex-governador Cid Gomes, do PROS, Camilo Santana, do PT, é visto como uma figura do partido e a população tem feito essa distinção. Para ele, as ações de Santana vão dizer se ele está adotando uma postura petista ou não.
Políticas sociais
Elmano diz acreditar que Camilo será colocado à prova quando lançar o Plano Estadual de Segurança. "Se vier com essa visão de mão amiga para a sociedade, no sentido de apresentar políticas sociais para a maior parte da população, vai ter a cara do PT. Mas se for somente de repressão, não vai ter a cara do partido", declarou.
Para Artur Bruno, da tendência Mensagem ao Partido, o problema está no desgaste natural de governar o País pela quarta vez, conciliando uma vasta aliança de partidos. "Estamos vivendo uma crise econômica. São necessárias medidas duras nesse ano e somente a partir do próximo ano teremos uma situação econômica mais propícia para as políticas públicas e sociais", diz.
Bruno acredita ainda que o Governo de Camilo Santana, assim como os outros governos estaduais, vão ser atingidos com as políticas do Planalto, mas defende que isso faz parte do processo de correção de rumos.
Da Militância Socialista, Acrísio Sena discorda que a crise tenha relevância por intrigas internas da legenda e alega que houve distanciamento do PT dos movimentos sociais e sindicais. Justifica que os principais quadros dos movimentos foram levados para a gestão e o PT ficou debilitado em sua base social. "Estamos vendo há um tempo uma campanha ostensiva contra o PT na tentativa de criminalizar o partido. Não podemos ficar reféns do Congresso, temos que ter governabilidade do povo".

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