A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nessa
sexta-feira (24) nota sobre a conjuntura do país, com críticas ao
projeto de lei que regulamenta a terceirização de mão de obra nas
empresas e à proposta de redução da maioridade penal. A nota foi
divulgada no encerramento da 53ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida
(SP). Na reunião também ocorreu a cerimônia de posse de dom Sérgio da
Rocha na presidência da CNBB.
De acordo com a nota, a entidade avaliou “com apreensão” a realidade
brasileira, “marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça as
conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a
ordem democrática do país”. A nota acrescenta que “a retomada de
crescimento do país, uma das condições para vencer a crise, precisa ser
feita sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e,
principalmente, aos mais pobres”.
Sobre o projeto que trata da terceirização, o texto expressa que ele
não deve restringir direitos. “A lei que permite a terceirização do
trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese
alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a
preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar
a superação da crise”, registra.
Na avaliação dos bispos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC
171/1993), que propõe redução da maioridade penal para 16 anos, é um
“equívoco que precisa ser desfeito”. Para a CNBB, a redução da
maioridade penal não é solução para a violência no país. “Investir em
educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e para a
família é meio eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e
da violência”, aponta.
Outro tema abordado na nota é o projeto de lei que altera o Estatuto
do Desarmamento. A avaliação é de que se trata de ilusão a ideia de que
facilitando o acesso da população à posse de armas se combate a
violência.
(Agência Brasil)
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