Dono da maior aliança eleitoral da história do Ceará, o governador Camilo Santana (PT) vai ter trabalho para acomodar os 24 partidos da sua base aliada em coligações proporcionais para a disputa deste ano. A ideia de formar um “blocão” que reunisse todas as legendas já não é mais consenso entre os governistas da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), que acreditam que é maior a possibilidade de formação de dois ou três blocos.
O motivo é a dificuldade de organizar tantas siglas de realidades e tamanhos tão distintos. Deputados de siglas com menos parlamentares eleitos — caso do PR, DEM e PCdoB, que têm apenas um representante na Casa — avaliam que se unir com gigantes, como o PDT, que tem 12 deputados, diminuiria as suas chances de eleição.
Do outro lado, alguns membros das maiores legendas argumentam que querem disputar em “pé de igualdade” entre eles, e defendem o blocão. Não à toa o presidente da AL-CE, Zezinho Albuquerque, afirmou que “a maior preocupação” dos deputados estaduais, no momento, é “o problema das coligações”. O parlamentar não acredita na união de todas as legendas numa grande coligação.
“Eu acho que no momento não se pode falar em blocão. Tem alguns deputados que defendem, (...) mas nós vamos tentar fazer com que as coisas aconteçam diferentes. Três blocos eu acho que seria o razoável”, argumentou Zezinho. O deputado Sérgio Aguiar (PDT) defende o blocão, mas reconhece que deve faltar consenso.
Ele apoia, então, que as maiores legendas saiam juntas. “Os partidos menores, aqueles que têm só um ou dois representantes ou que têm a meta de eleger esse número, poderiam fazer um agrupamento menor”, explicou. “Seriam duas ou no máximo três coligações na disputa dos cargos proporcionais”.
A dez dias do início do período das convenções partidárias, as coligações ainda não estão fechadas e os dirigentes das siglas fazem cálculos para estudar quais uniões seriam positivas. Danniel Oliveira (MDB) afirmou que sua legenda está “muito tranquila”, mas pondera que esse é “um jogo de xadrez” que deverá ser encerrado só no final do prazo das convenções, dia 5 de agosto.
De acordo com ele, o MDB poderá fazer parte de qualquer um dos blocos da base governista, mas isso ainda está sendo discutido. O presidente municipal do partido, deputado estadual Walter Cavalcante, informou que na próxima quinta-feira, 12, haverá reunião do MDB para discutir a questão.
A incógnita ainda é o partido do próprio governador. O PT tem dado sinais desde o ano passado de que pretende sair sozinho na disputa proporcional. Em abril, a sigla chegou a lançar nota afirmando que “é decisão da direção do PT Ceará sair só nas eleições proporcionais”. Aliados de Camilo, sobretudo pedetistas, defendem que a legenda participe da coligação.
VAGAS NA AL-CE
O PCdoB, que também forma a base do Governo, vai sair sozinho na disputa por vagas na Assembleia Legislativa. A informação é do deputado estadual Carlos Felipe (PCdoB), pré-candidato de reeleição ao cargo.
PT NO CEARÁ
A deputada Rachel Marques (PT), vice-líder do Governo na AL-CE, diz que o partido vai levar em conta suas duas prioridades na disputa proporcional. “A eleição do Lula e a reeleição do governador Camilo”.
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