Na tentativa de sanar a perfuração desordenada de poços artesianos no Ceará, o sistema de recursos hídricos estadual adota, a partir do segundo semestre, nova sistemática de articulação com os municípios. Antes de demandar perfurações, as prefeituras deverão apresentar estudos geofísicos das regiões, comprovando a viabilidade.
Dessa maneira, conforme o diretor de operação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Corgerh), Ricardo Adeodato, as autoridades pretendem reduzir a quantidade de perfurações ociosas e superpostas no enfrentamento da seca.
Segundo Adeodato, as perfurações de poços estão entre as ações emergenciais. “Temos regiões que possuem mais de 100 poços, onde muitos estão secos e os outros não foram nem instalados, só perfurados. Às vezes, não têm energia elétrica, nem bombas. Constatamos que havia mais de 3 mil pedidos, para diferentes órgãos”, comenta.
Após três anos consecutivos de seca no território cearense, a capacidade dos reservatórios hídricos está em 29%, o que representa 5,6 bilhões de metros cúbicos de água. No segundo semestre, alguns municípios terão ações emergenciais, enquanto outros deverão ter vazões contidas, por medida de racionamento. Já na Capital, o abastecimento está garantido até 2015.
Além da instalação de aproximadamente 500 poços, os órgãos de gestão dos recursos hídricos investirão na construção de adutoras e cisternas e distribuição por carros-pipas. Em 2014, até junho, foram perfurados 220 poços no Ceará.
A contabilidade dos poços solicitados foi zerada para dar início ao novo método. Agora, a demanda deve ser gerada para a Secretaria de Recursos Hídricos (SDH), acompanhada dos estudos geofísicos, que será discutida no Comitê Integrado de Combate à Seca do Estado do Ceará. Após análise, a execução será repassada à Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra).
Para Walber Cordeiro, mestre em Geologia e dourando em Hidrologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a medida pode beneficiar populações. “A maioria dos municípios vem sendo abastecida por carros-pipas, que tiram água de açudes, muitas vezes contaminada. Mesmo um poço que produz 200 litros por hora, considerado seco, ao ser bombeado pelo menos 20 horas/dia, deve ter a mesma capacidade de um carro-pipa. Mas muitos são desprezados após a perfuração”, avalia.
Fiscalização
Outro problema relatado por Walber são empresas clandestinas. Segundo ele, há pelo menos 200 empresas falsas instalando poços no Ceará. Em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF), as regiões cujo lençol freático permite perfuração estão nos litorais. Mesmo assim, é comum que condomínios façam a perfuração. Lei estadual determina que, para perfurar um poço, é necessário garantir licenciamento ou outorga, através da SDH.
“Nenhuma água bruta é adequada para o consumo humano. É preciso fazer uma análise da água, contratar um químico e fazer um tratamento adequado”, comenta Ricardo.
Conforme a SDH, não existe fiscalização para perfuração de poços. “Como a grande quantidade de água para o consumo humano vem de águas superficiais, o uso de água subterrânea é pequeno, não tem grande representatividade”, explica Ricardo.
Segundo o documento que monitora as águas subterrâneas da RMF, elaborado pela Cogerh, a Região Metropolitana apresenta problemas com a expansão populacional, “como a ocupação desordenada do solo, a crescente favelização, a ausência de saneamento básico, a poluição dos recursos hídricos e uma oferta de água tratada insuficiente”.
Com a falta de fiscalização, o risco que se corre a longo prazo é comprometer ainda mais a qualidade das águas do lençol freático, contaminadas pelos esgotos irregulares, lixões, entre outros. “Isso reporta à competência técnica dos profissionais que perfuram”, comenta Walber.
Dessa maneira, conforme o diretor de operação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Corgerh), Ricardo Adeodato, as autoridades pretendem reduzir a quantidade de perfurações ociosas e superpostas no enfrentamento da seca.
Segundo Adeodato, as perfurações de poços estão entre as ações emergenciais. “Temos regiões que possuem mais de 100 poços, onde muitos estão secos e os outros não foram nem instalados, só perfurados. Às vezes, não têm energia elétrica, nem bombas. Constatamos que havia mais de 3 mil pedidos, para diferentes órgãos”, comenta.
Após três anos consecutivos de seca no território cearense, a capacidade dos reservatórios hídricos está em 29%, o que representa 5,6 bilhões de metros cúbicos de água. No segundo semestre, alguns municípios terão ações emergenciais, enquanto outros deverão ter vazões contidas, por medida de racionamento. Já na Capital, o abastecimento está garantido até 2015.
Além da instalação de aproximadamente 500 poços, os órgãos de gestão dos recursos hídricos investirão na construção de adutoras e cisternas e distribuição por carros-pipas. Em 2014, até junho, foram perfurados 220 poços no Ceará.
A contabilidade dos poços solicitados foi zerada para dar início ao novo método. Agora, a demanda deve ser gerada para a Secretaria de Recursos Hídricos (SDH), acompanhada dos estudos geofísicos, que será discutida no Comitê Integrado de Combate à Seca do Estado do Ceará. Após análise, a execução será repassada à Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra).
Para Walber Cordeiro, mestre em Geologia e dourando em Hidrologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a medida pode beneficiar populações. “A maioria dos municípios vem sendo abastecida por carros-pipas, que tiram água de açudes, muitas vezes contaminada. Mesmo um poço que produz 200 litros por hora, considerado seco, ao ser bombeado pelo menos 20 horas/dia, deve ter a mesma capacidade de um carro-pipa. Mas muitos são desprezados após a perfuração”, avalia.
Fiscalização
Outro problema relatado por Walber são empresas clandestinas. Segundo ele, há pelo menos 200 empresas falsas instalando poços no Ceará. Em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF), as regiões cujo lençol freático permite perfuração estão nos litorais. Mesmo assim, é comum que condomínios façam a perfuração. Lei estadual determina que, para perfurar um poço, é necessário garantir licenciamento ou outorga, através da SDH.
“Nenhuma água bruta é adequada para o consumo humano. É preciso fazer uma análise da água, contratar um químico e fazer um tratamento adequado”, comenta Ricardo.
Conforme a SDH, não existe fiscalização para perfuração de poços. “Como a grande quantidade de água para o consumo humano vem de águas superficiais, o uso de água subterrânea é pequeno, não tem grande representatividade”, explica Ricardo.
Segundo o documento que monitora as águas subterrâneas da RMF, elaborado pela Cogerh, a Região Metropolitana apresenta problemas com a expansão populacional, “como a ocupação desordenada do solo, a crescente favelização, a ausência de saneamento básico, a poluição dos recursos hídricos e uma oferta de água tratada insuficiente”.
Com a falta de fiscalização, o risco que se corre a longo prazo é comprometer ainda mais a qualidade das águas do lençol freático, contaminadas pelos esgotos irregulares, lixões, entre outros. “Isso reporta à competência técnica dos profissionais que perfuram”, comenta Walber.
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