quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Deputado gaúcho será vice de Marina

 Filiado ao PSB desde 1986, o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, 51, tem trajetória de afinidade com o agronegócio. Empresas do ramo estiveram entre as principais doadoras de suas últimas duas campanhas.
Com base eleitoral no noroeste gaúcho, onde a agricultura sustenta a economia, ele defendeu interesses de cerealistas e empresas de celulose no Congresso. No início do primeiro mandato de Lula, quando foi vice-líder do governo, trabalhou pela edição de medida provisória que liberaria o plantio de soja transgênica. Naquela época, Marina era ministra do Meio Ambiente e criticava a iniciativa.
Na eleição de 2010, companhias de sementes, beneficiadoras de grãos e empresas como a Celulose Riograndense e a Klabin compuseram metade da receita do deputado na campanha. A proliferação de plantações de eucaliptos é um tema caro a ambientalistas locais.
As últimas campanhas de Albuquerque receberam contribuições de uma empresa de defensivos agrícolas, de uma indústria de armas e de uma cervejaria.
O estatuto da Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina e que não obteve registro no TSE em 2013, veda a arrecadação de doadores desses três ramos da economia.
O deputado também mantém vínculos com agricultores familiares do Estado. Ele foi duas vezes secretário de governos petistas no Rio Grande do Sul. Deixou a gestão de Tarso Genro em 2012 e afastou-se do PT.
Crítica à campanha
A ex-senadora Marina Silva fez ontem uma crítica velada a seus adversários na corrida presidencial, atacando os que tentam explorar a morte do ex-governador Eduardo Campos se apropriando de "fragmentos" de sua herança política.
A declaração foi feita após a missa de sétimo dia do ex-governador realizada na Catedral de Brasília, que contou com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ministros do governo Dilma Rousseff (PT), do Tribunal de Contas da União (TCU), onde trabalha a mãe de Campos, Ana Arraes, além de políticos do PSB e de outros partidos.
O PSB indicará Marina hoje como candidata à Presidência no lugar de Campos, de quem era vice, sete dias após o acidente que matou o ex-governador e seis pessoas em Santos (SP). A viúva dele, Renata Campos, recusou o convite para se candidatar.
A comoção gerada pela morte deu impulso à candidatura de Marina e foi explorada pelos três partidos que lideram a corrida eleitoral na estreia do horário de propaganda eleitoral ontem.
O programa do PSB foi inteiro dedicado a Campos e exibiu a imagem de Marina a seu lado em eventos de campanha. O candidato do PSDB, Aécio Neves, fez uma homenagem a Campos, a quem se referiu como "amigo".
No programa de Dilma, o ex-presidente Lula disse que tinha uma relação de "pai e filho" com o ex-governador.

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