O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi apontado em um depoimento em delação premiada como suposto beneficiário de R$ 300 mil que teriam sido repassados a ele a mando do doleiro Alberto Youssef, um dos principais investigados da Operação Lava Jato, segundo informou na edição desta quarta-feira (30) reportagem do jornal "Folha de S.Paulo".De acordo com o jornal, o depoimento, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi dado em julho por Carlos Alexandre de Souza Rocha. Ele disse que fazia para Youssef serviço de entrega de dinheiro para políticos.De acordo com a reportagem, nem o dono da UTC, Ricardo Pessoa, nem o diretor financeiro da empresa, Walmir Pinheiro Santana, citaram Aécio Neves nos depoimentos que prestaram aos investigadores da Lava Jato.Texto divulgado na página de Aécio Neves no Facebook (leia a íntegra ao final desta reportagem) classifica a menção ao nome do senador no depoimento como "absurda e irresponsável" e afirma que "trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações".Segundo o jornal, Rocha afirmou no depoimento que o diretor Miranda estava "bastante ansioso" para receber os R$ 300 mil, supostamente entregues a ele entre setembro e outubro de 2013.O diretor teria dito a Carlos Alexandre Rocha que "não aguentava mais a pessoa" que cobrava o dinheiro. Rocha disse no depoimento que perguntou a ele quem era essa pessoa e que Miranda teria respondido: "Aécio Neves".De acordo com a reportagem, a campanha presidencial de Aécio Neves em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça Eleitoral; a da presidente Dilma Rousseff (PT), R$ 7,5 milhões.Aécio Neves nega
Leia abaixo a íntegra de texto publicado nesta quarta na página do senador Aécio Neves no Facebook:
A Folha de S. Paulo traz em sua edição dessa quarta (30/12/15) matéria sobre a declaração de uma pessoa que teria prestado serviço a Alberto Youssef, que diz ter ouvido de um diretor da empresa UTC que o senador Aécio Neves teria sido, uma vez, o destinatário de recursos da empresa.
Essa absurda e irresponsável citação do nome do senador, sem nenhum tipo de comprovação, já foi desmentida três vezes: pela empresa, que afirmou na própria matéria da Folha "que a acusação não tem fundamento", pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, que em delação premiada relacionou os políticos que teriam sido beneficiados pela empresa - entre eles não está o senador Aécio Neves - e por Youssef, que anteriormente, através de seu advogado, já havia afirmado que não conhece o senador e nunca teve com ele qualquer tipo de relação ou negócio, posição reafirmada por ele em depoimento prestado à Policia Federal.
A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. Além disso, a UTC não executou nenhuma obra vinculada ao Governo de Minas Gerais no período em que o senador governou o estado.
O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições que participou a única campanha que recebeu doação da UTC foi a de 2014, através do comitê financeiro do PSDB.
Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações, como ocorreu no caso do senador Antonio Anastasia. Não deixa de ser curioso observar que essa nova falsa denuncia surge exatamente um ano depois da que atingiu injustamente o senador Anastasia, coincidentemente durante período de recesso das instituições.
Em respeito ao país e ao importante trabalho que vem sendo desenvolvido pela Operação Lava Jato, é importante que sejam investigadas as verdadeiras motivações daqueles que misturam denúncias verdadeiras com afirmações nitidamente falsas, sem nenhum tipo de comprovação, desmentidas até mesmo pelas próprias pessoas citadas pelo denunciante, com o claro intuito de tumultuar as investigações.
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