quarta-feira, 2 de maio de 2018

Maio começa com a energia mais cara em todo o território nacional


Devido à menor incidência de chuvas com o final do chamado “período úmido” na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do País, as contas de luz dos consumidores brasileiros em maio estão mais caras desde ontem com o acionamento da bandeira tarifária amarela, acionada, a Agência Nacional de Energia. Esse é o primeiro aumento de 2018 do sistema de bandeiras tarifárias.
O anúncio, em meio a uma disparada no preço da energia no mercado de curto prazo em várias regiões, acaba com uma sequência de quatro meses de bandeira tarifária verde, que não gera custos adicionais. Com a bandeira amarela, as contas terão um acréscimo de 1 real a cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumidos. O sistema de bandeiras foi criado para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica.
Risco hidrológico
Segundo a Aneel, os reservatórios das hidrelétricas do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste estão com volumes mais baixos, o que “resulta em gradual aumento do risco hidrológico (GSF) e do preço da energia elétrica de curto prazo (PLD), as duas variáveis que determinam a bandeira a ser acionada”. O PLD para o período entre 28 de abril e 4 de maio disparou 60% no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul, conforme a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), passando de 135,38 reais/MWh para 216,86 reais/MWh. No Nordeste, a alta foi de 14%, para 154,51 reais/MWh. “A elevação é causada pela redução das afluências verificadas e, principalmente, pelas previstas para a próxima semana”, declarou a CCEE.
Em relatório separado na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou chuvas nas hidrelétricas do Sudeste em 88% da média histórica para o próximo mês, enquanto para a região Nordeste as precipitações deverão ficar em 43% da média. Além de terem caráter didático, ao incentivar a redução do consumo devido ao maior custo, as bandeiras geram arrecadação que é usada pelas distribuidoras para custear a compra de energia de termelétricas, mais cara que a das usinas hídricas.

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