sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Mendes: comparado a Petrobras, mensalão é para 'pequenas causas'

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o processo do mensalão, julgado na Corte entre 2012 e 2013, comparado ao suposto esquema de corrupção na Petrobras, poderia ser considerado um caso para um tribunal de pequenas causas. A declaração foi dada a imprensa antes do início da sessão do STF nesta quinta-feira (20)
“Os senhores acompanharam aqui o caso do mensalão. E nós falávamos que estávamos julgando o maior caso, pelo menos de corrupção, investigado, identificado […] Agora, aquele processo terá que ser julgado em juizado de pequenas causas pelo volume que está sendo revelado nesta demanda atual, nesta questão”, afirmou.
Ele lembrou que até onde avançaram as investigações do mensalão, constatou-se desvios de R$ 170 milhões, mesmo deixando de fora suspeitas sobre desvios em fundos de pensão. “Quando a gente vê aquele caso, uma figura secundária, que se propõe a devolver US$ 100 milhões, nós já estamos em um outro universo, em outra galáxia”, completou Gilmar, fazendo referência ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, apontado como braço-direito do ex-diretor de Serviços Renato Duque no esquema, e que teria contas bancárias no exterior para receber suborno.
Para Gilmar Mendes, isso mostra que o esquema não servia apenas para campanha eleitoral, mas para enriquecimento ilícito. “Há um certo argumento, um álibi, que a isso tudo tem a ver com campanha eleitoral. Nós estamos a ver que não. Nós estamos a ver que esse dinheiro está sendo patrimonializado. Passa a comprar lanchas, casas, coisas do tipo”, declarou.

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