terça-feira, 8 de julho de 2014

Todos vestem a 10


O Brasil joga para fazer história nesta terça-feira. Se passar pela Alemanha, a partir das 17 horas, no Mineirão, chega à final da Copa do Mundo como anfitrião do torneio, repetindo o feito de 1950, quando se credenciou para decidir o título contra o Uruguai. Nas 20 edições da competição, contando esta de 2014, nunca a dona da casa conseguiu a vaga duas vezes na decisão da taça. Por isso, o técnico Luiz Felipe Scolari já anunciou que, diante desse fato inédito, a Seleção vai jogar "pelo povo brasileiro" e, como não poderia ser diferente, "também para Neymar".

Na história da Copa do Mundo, Itália, Alemanha, França e México sediaram o torneio por duas vezes. Nenhuma delas emplacou duas finais em casa. O Brasil poder ser a exceção. Felipão tem esse dado no seu roteiro para o jogo contra os alemães em Belo Horizonte. E vai usar esse argumento para motivar ainda mais seus jogadores na semifinal de hoje.

É a primeira vez que o time de Felipão não terá Neymar, sua referência desde sempre, que ficou fora da Copa por causa de lesão sofrida na vitória sobre a Colômbia na sexta-feira passada. "Ele já fez muito por nós e agora é a nossa vez de fazer tudo por ele", disse o treinador.


 
O palco é o mesmo de uma das mais dramáticas partidas que o Brasil viveu até aqui nas suas 20 participações em Copa do Mundo. Hoje, a Seleção volta ao Mineirão para enfrentar a Alemanha. Na última vez que os dois gigantes se encontraram, em 2002, no Japão, o Brasil levou a melhor. Venceu a final da Copa por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo, e levantou a taça do mundo pela quinta vez.

Sonho alemão

Joachim Löw, técnico da Alemanha, prepara esse time há seis anos para, enfim, ser campeão - depois do vice em 2002, o país ainda amargou dois terceiros lugares, em 2006 e em 2010.

A estratégia de Löw passa por uma eficiente bola aérea e a solidez do meio campo com cinco jogadores bons de passe e controle do jogo. E ainda tem Thomas Müller, um atacante voraz, que já marcou quatro gols na Copa.

Sem seu principal jogador, Felipão deve jogar com três volantes: um fixo (Luiz Gustavo) e dois (Paulinho e Fernandinho) bons de arrancada e fortes quando chegam ao ataque. Vai ainda dar aos laterais Daniel Alves e Marcelo a chance de chegar à linha de fundo. E fazer de Oscar, enfim, um meia de ofício. Outra possibilidade seria usar Willian na vaga de Neymar, fazendo uma troca simples, e deixar tudo como antes.

Por Neymar, contra a organização alemã

Brasil mantém Neymar de alguma forma em sua concentração para essa partida duríssima contra a Alemanha, que vale vaga para a decisão da Copa do Mundo. Faz parte do enredo de Felipão se valer da alma do atacante, já em casa, no Guarujá, onde recupera-se da fratura sofrida na terceira vértebra da coluna no jogo com a Colômbia, para motivar o grupo.

O técnico resgata tudo o que Neymar representa para a Seleção sem tirar do elenco a importância que tem no confronto. "O Brasil vai jogar por Neymar, pelo povo brasileiro e por seu objetivo, que é chegar à final da Copa", disse o treinador. "O Neymar já fez a sua parte. Agora, temos de fazer a nossa".

Felipão evitou dar muita bola para a ausência de seu principal jogador. Tentou passar o tempo todo que essa situação já está superada pelos jogadores.

O Brasil respeita demais a Alemanha, mas vai se impor nesta semifinal em Belo Horizonte, em casa e diante de sua gente.

"Esse time alemão se prepara há seis anos, portanto, é bastante organizado, equilibrado, de excelentes jogadores e bom plano de jogo, mas sempre soubemos que para chegar à final teríamos de passar por campeões do mundo", comentou Felipão. "Temos de fazer a nossa parte. E vamos nos fazer respeitar", concluiu o treinador.

Fifa mantém o cartão amarelo a Thiago Silva

A Fifa negou, ontem, o pedido feito pela CBF para anular o cartão amarelo recebido pelo capitão da Seleção Brasileira, Thiago Silva, na partida contra a Colômbia, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Com isso, o zagueiro está fora da disputa da semifinal contra a Alemanha, marcada para hoje, no Mineirão, em Belo Horizonte.

"Quanto ao pedido da CBF para o cancelamento do cartão amarelo mostrado ao jogador Thiago Emiliano da Silva durante o jogo disputado contra a Colômbia, o presidente chegou à conclusão de que o Comitê Disciplinar da Fifa não pode considerar o assunto, dado o fato de que não há base legal que autoriza a concessão de tal pedido", comunicou a Fifa.

Thiago Silva levou seu segundo cartão amarelo nesta Copa ao atrapalhar a reposição de bola do goleiro Ospina durante a partida contra a Colômbia, pelas quartas de final. O zagueiro bloqueou o chute do arqueiro que tentava o contra-ataque.

Zuñiga não será punido pela Fifa

O colombiano Zuñiga ficará impune pela pancada que tirou Neymar da Copa do Mundo. A Fifa informou, ontem, 7, que o lateral não será punido pela falta, que causou a fratura na terceira vértebra lombar do brasileiro.

Também foi descartada punição ao árbitro Carlos Velasquez, que teve a atuação muito contestada na partida entre Brasil e Colômbia, pelas quartas de final.

Neymar teve pequena fratura na coluna ao sofrer forte entrada de Zuñiga aos 40m do 2º tempo do jogo ante os colombianos. O tempo estimado de recuperação é de quatro a seis semanas.

"Nenhuma ação retroativa poderá ser tomada pelo Comitê Disciplinar da Fifa, já que o incidente envolvendo o jogador colombiano Juan Camilo Zuñiga Mosquera não escapou à atenção dos árbitros, o que é uma das duas condições para que o Código Disciplinar da Fifa seja aplicado", disse o comunicado da Fifa.

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