A campanha para a reeleição de Dilma Rousseff segue na luta para que a presidente fique na liderança da preferência dos eleitores. No entanto, crises internas no Partido dos Trabalhadores e o descontentamento de alguns membros de partidos que compõem a base de apoio do Governo Federal vêm dificultando a manutenção da vantagem que a candidatura tem sobre as demais, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais.
Segundo o Instituto de Pesquisas Datafolha, em fevereiro deste ano, 44% dos eleitores votariam em Dilma como candidata à Presidência. Na época, considerada por alguns como ainda distante do período eleitoral, as chapas de concorreriam ao Planalto já estavam previamente definidas. No entanto, a disputa nos Estados acabou gerando diversas crises, principalmente entre os partidos aliados ao PT, como o PMDB, o PROS, o PR e o PCdoB. Com a oficialização das candidaturas junto a Justiça Eleitoral, no final de junho, as chapas locais se definiram e acabaram expondo o grande conflito existente entre os apoiadores da presidente.
No Ceará, por exemplo, o confronto pelo comando do Governo Estadual entre o PROS, do governador Cid Gomes, e o PMDB, do senador Eunício Oliveira, resultou em duas chapas com candidatos que se anunciam como defensores da reeleição de Dilma, o que acabou dividindo a atenção e confundindo o eleitor.
O racha também abriu brechas para o fortalecimento de adversários, como o PSDB, que seguia enfraquecido no Estado, mas consegui formar uma chapa com o PMDB e o PR, tendo Tasso Jereissati na disputa ao Senado Federal e Eunício indicado ao Governo do Ceará, mesmo com o peemedebista declarando apoio à candidatura petista à Presidência da República, em detrimento ao tucano Aécio Neves.
Na última quinta-feira (17), o Datafolha divulgou uma nova pesquisa e nela é possível identificar que, entre outros fatores, a divisão das forças de apoio a Dilma nos Estados pode ter causado o enfraquecimento da candidatura. De 44% dos votos registrados em fevereiro, a presidente agora mantém a preferência de 36% dos eleitores.
Prevendo um aumento no prejuízo, a coordenadoria da campanha de Dilma estuda estratégias para manter a liderança na corrida eleitoral. A principal delas é a de não perder mais votos. O Ceará é um dos alvos na estratégia de redução de danos, já que os dirigentes do PT esperam conquistar cerca de 2 milhões de votos nas terras alencarinas.
Para isso, o partidor precisará manter a fidelidade de Eunício, evitando que o candidato parta para o lado de Aécio, levando consigo os votos do PMDB. O meio para isso é limitando a influência do PT nacional na campanha do candidato da legenda ao Governo do Ceará, Camilo Santana, indicado por Cid Gomes (PROS) para enfrentar o senador peemedebista. Para não desagradar nenhuma das candidaturas, a orientação é a de conter as expressões de maior proximidade da presidente Dilma com governador Cid e o ex-presidente Lula, que declarou publicamente seu apoio a Eunício, não deverá subir em nenhum palanque no Estado durante a campanha.
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