Os novos rumos da campanha salarial de 2014 dos trabalhadores em empresas de transporte coletivo de Fortaleza foram definidos neste sábado em assembleias da categoria realizadas pela manhã e à tarde. A primeira reunião, por volta das 10h, aconteceu em plena Avenida Tristão Gonçalves, na esquina com a Avenida Domingos Olímpio, com a participação de cerca de 300 trabalhadores. O trânsito na área ficou engarrafado, mas não foram registrados atritos.
Por unanimidade, os rodoviários de Fortaleza decidiram deflagrar o estado de greve, com a realização de paralisações dos ônibus sem aviso prévio, além de mobilizações e protestos nos terminais sem hora marcada. Foi acertado, ainda, que qualquer tipo de agressão física a algum integrante da categoria durante sua jornada de trabalho resultará na imediata paralisação dos coletivos da Capital por tempo indeterminado, independentemente da realização de uma assembleia geral.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE), Domingos Neto, após cinco rodadas de negociação salarial, os representantes da entidade patronal não apresentaram propostas que pudessem satisfazer motoristas, cobradores e fiscais de ônibus.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 18%, cesta básica no valor de R$ 120,00, vale-alimentação de R$ 12,00, jornada de trabalho de sete horas, com intervalos de 30 minutos, fim da dupla função motorista-cobrador e mais segurança no ambiente de trabalho. "Até agora, o que os patrões ofereceram foi o índice de 5,81% de reajuste salarial", disse Domingos Neto.
O dirigente sindical informou, ainda, que novos encaminhamentos sobre a campanha salarial da categoria somente serão definidos após a reunião de quarta-feira com o patronato.
A mobilização dos rodoviários coincidirá com o Dia Estadual de Lutas no Ceará, quando estão previstas paralisações de diversas categorias de trabalhadores, como operários da construção civil, vigilantes, servidores públicos e outras. Após a assembleia da manhã de ontem em via pública, os rodoviários saíram em passeata até o cruzamento das Avenidas Carapinima e 13 de Maio. A manifestação foi ordeira, sem incidentes.
De acordo com o Sindiônibus, a greve é um direito da categoria, mas a paralisação do sistema de transporte coletivo, caso ocorra, deve ser feita de forma legal.
A assessoria de comunicação informou que o sindicato repudia a decisão dos trabalhadores, uma vez que não pode haver paralisação sem a autorização da Justiça e sem que a categoria dê o aviso com, pelo menos, 72 horas de antecedência.
Na manhã deste sábado, os terminais da Parangaba, Lagoa e do Siqueira funcionaram normalmente. Já no Terminal do Conjunto Ceará, o efetivo de ônibus diminuiu consideravelmente.
Assalto
A tentativa de assalto a ônibus que resultou na morte do motorista Erivaldo Marinho, além de ter ferido o cobrador Francisco Valderir Carneiro, motivou a paralisação dos terminais da Capital na última quinta-feira. Um adolescente foi apreendido.
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