Enquanto o partido da atual administração estadual, o PROS, consegue o
apoio de mais 22 legendas aliadas, outras quatro correm em busca de
adesões partidárias para as candidaturas que estão construindo. No
entanto, de um universo de 31 agremiações com representatividade no
Estado, somente cinco devem lançar seus candidatos ao Governo do Ceará.
Até agora, apenas o PSOL lançou a candidatura oficial do professor
Ailton Lopes. O PR debate a possibilidade de formalizar o nome do
ex-prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa; o PSB, o da empresária Nicolle
Barbosa; e o PMDB está construindo a candidatura do senador Eunício
Oliveira. O PROS, partido do governador Cid Gomes, ainda está realizando
encontros para escolher o indicado a representar a legenda, em uma
lista de cinco nomes.
O PSOL terá a companhia de PSTU e PCB. Já PSDB e PRB ainda não
decidiram quem irão apoiar nestas eleições, mas as duas siglas já
afirmaram que não vão lançar candidatos ao Governo do Estado. A maioria
dos presidentes de legendas ouvidos pelo Diário do Nordeste disse que o
momento é de preparar suas siglas, estabilizar as estruturas para,
futuramente, em 2016 ou 2018, lançar seus candidatos para uma disputa
majoritária.
O PT, um dos três partidos com maior representatividade no Ceará,
lançou sua última candidatura ao Governo do Estado há 12 anos, em 2002,
quando ficou em segundo lugar. De lá para cá, apoiou o governador Cid
Gomes nos pleitos seguintes e em 2014 vai seguir ao lado do candidato
indicado pelo gestor.
Prioridade
De acordo com o presidente estadual da sigla, De Assis Diniz, isso se
dá porque os petistas têm como prioridade a reeleição da presidente
Dilma Rousseff e por isso devem apoiar os que construam a base de
alianças do Governo petista em nível federal.
Atualmente, o PT possui 157 vereadores, 30 prefeitos, 19
vice-prefeitos, quatro deputados estaduais e quatro federais, além de um
senador do Estado, mas, ainda assim, não sentiu necessidade de lançar
um nome encabeçando uma chapa. Para De Assis, quanto mais candidatos
melhor para a democracia. Ele ressalta que o fato de o PROS ter
aglutinado mais nomes ao seu redor demonstra a "força de um projeto".
Já o presidente do PDT do Ceará, André Figueiredo, acredita que isso é
demandado justamente por conta dos arranjos em tornos dos
presidenciáveis, uma vez que praticamente todas as cinco candidaturas
que estão colocadas no Ceará devem apoiar um nome em âmbito nacional.
Para o dirigente, o problema não está na falta de representatividade nas
eleições para o Governo do Estado, mas na quantidade de partidos. O
pedetista defende a existência de, no máximo, dez partidos políticos.
Proporcionais
A prioridade do partido, conforme salientou Figueiredo, é trabalhar as
candidaturas proporcionais, visando a uma indicação própria ao Governo
do Estado em 2018. O PDT hoje é formado por um deputado federal, três
estaduais, oito prefeitos, 81 vereadores e cinco vice-prefeitos.
O presidente do PSD cearense, Almircy Pinto, disse que a legenda, que
nasceu em 2011, teria alguém que pudesse apresentar para a disputa
majoritária, mas isso não foi traçado como meta. Essa é a primeira
eleição geral em que o PSD participa. A orientação da executiva nacional
é estabilizar a sigla como terceira bancada federal.
"Se estabilizar, daí pra frente trabalhar para a formação de quadros
que possam disputar a eleição de 2018. No momento, a prioridade é de dar
consistência ao tamanho do partido", disse. O PSD, hoje, possui 110
vereadores, 20 prefeitos, cinco deputados estaduais e um federal.
O PRB não lançou nenhuma candidatura ao Governo do Estado nem sequer
decidiu a quem irá apoiar nas eleições de 2014. No entanto, o presidente
da sigla, Ronaldo Martins (PRB), afirma que há diálogo com PMDB, PR,
PSB e até com o PROS.
O dirigente acredita que é pouco ter apenas cinco nomes para disputar o
Governo. Apesar de garantir que a sigla tem nomes para disputar o
cargo, alega que a ideia é preparar o partido para as eleições de 2016,
quando a legenda vai preparar um candidato a prefeito de Fortaleza. O
PRB do Ceará, atualmente, tem cinco prefeituras, 86 vereadores e um
deputado estadual, o próprio Ronaldo Martins.
Razoável
Já para o presidente do Solidariedade (SD), Genecias Noronha, cinco
partidos na disputa ao Governo do Estado é uma quantidade razoável.
Assim como os demais, ele afirma que a ideia é fortalecer a agremiação
para, somente em 2018, visualizar a possibilidade de candidatura própria
ao Governo.
Alexandre Pereira, que preside o PPS no Ceará, defende que a quantidade
de postulantes ao Governo Estadual, em um universo de 31 legendas, é o
suficiente para apresentar propostas aos cearenses. Ele acrescenta que,
hoje, o PPS não tem estrutura para lançar um nome e a prioridade é fazer
uma bancada "razoável" de deputados estaduais e federais para em 2016
eleger uma bancada representativa de prefeitos no Ceará. "Em 2018 o PPS
vai estar com candidaturas majoritárias apontadas", atesta.
O presidente do PSDB no Estado, Luiz Pontes, criticou a legislação
eleitoral vigente no Brasil e opinou que ela permite que "partidos de
aluguel" sejam criados, visando a dar maior tempo de televisão a outros
partidos. O PSDB ainda cogita se aliar com algum grêmio que faça
oposição à administração atual e não irá lançar candidatura própria
neste ano. "O mais importante não é isso. Estamos atrás de coligação
forte que possa apresentar outro proposta ao Ceará", apontou.
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