sexta-feira, 6 de junho de 2014

Especialistas afirmam que falta de água pode piorar no Nordeste

A situação de abastecimento de água no semiárido brasileiro e na região metropolitana de São Paulo pode piorar entre 2014 e 2015. Foi o que afirmaram, nesta quarta-feira (4), o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, e o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga Ramos em audiência pública realizada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
Requerida pelo senador Jorge Viana (PT-AC), a audiência pública teve como tema de debate a  escassez de água no país e as medidas para evitar o racionamento.  Viana lamentou a ausência de representantes do Ministério das Cidades e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e José Pimentel (PT-CE) afirmaram que falta planejamento estratégico no Brasil para enfrentar os problemas de abastecimento de água. Inácio Arruda e Eduardo Suplicy (PT-SP) defenderam a obra da transposição do Rio São Francisco.
- Hoje é uma obra fascinante do ponto de vista da engenharia e um socorro que é dado ao Nordeste como garantia de que nós não vamos passar sede na nossa região. 12 milhões de pessoas não é pouca coisa – afirmou Inácio Arruda.
Semiárido nordestino
Em relação ao semiárido nordestino, Guillo disse que, dos 507 reservatórios existentes na região, monitorados pela ANA, quase 50% apresentam menos de 30% de sua capacidade. Ele explicou que a situação deste ano pode ser mais grave do que a do ano passado, pois os reservatórios não foram plenamente recuperados.
— Estamos chegando a uma situação, agora, em 2014, que é equivalente, na maioria dos casos mais graves, à situação que enfrentávamos no ano de 2013 para 2014, ou seja, há uma situação que merece um acompanhamento de toda sociedade brasileira — afirmou.
Além disso, o diretor presidente da ANA afirmou que as previsões meteorológicas não são boas, podendo haver o fenômeno climático do El Niño, que provoca seca nessa região.
O secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga Ramos, disse que, no semiárido brasileiro, em cerca de 600 dos 1.300 municípios, as chuvas serão menores do que a média histórica segundo dados preliminares dos meteorologistas.
Ele afirmou que o governo federal está fazendo uma série de ações para garantir a segurança hídrica da região. Entre elas, a Operação Carro-pipa, com mais de 6 mil pipeiros para 792 municípios, e o Programa Água para Todos, que tem uma meta de construir 750 mil cisternas até o final do ano.
— Estamos com um indicativo muito forte de que a meta será atingida. Já temos quase 600 mil cisternas — disse.

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