Para a base aliada do governador Camilo Santana (PT) na Assembleia Legislativa, o discurso de Cid tem estratégia clara: apoiar informalmente o presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB), para a reeleição.
Cid tem declarado diversas vezes que a candidatura de Ciro à Presidência é prioridade na disputa de outubro. Além de defender uma única candidatura coligada ao PDT para o Senado, a defesa de Cid é que Camilo terá protagonismo na definição da aliança, o que deixaria caminho aberto para o nome de Eunício também se lançar para o Senado, sem estar atrelado aos Ferreira Gomes.
Dessa forma, não haveria necessidade de formalizar acordo em uma coligação. O ato formal poderia prejudicar o discurso anti-MDB de Ciro no âmbito nacional.
O presidenciável tem consolidado o discurso de oposição ao presidente Michel Temer, que é do mesmo partido de Eunício Oliveira. O senador, no entanto, tem se aproximado do governador ao ponto de uma aliança política para outubro se tornar praticamente irreversível. Assim pensa lideranças que dialogam em nome do governador.
Um dos principais articuladores do Palácio da Abolição na AL-CE, o deputado estadual Tin Gomes (PDT) explica que “no momento que ele (Cid) disse que vai ter um candidato, é que a outra vaga é do Eunício, que vai apoiar sem coligar. O PT não deseja coligar com o blocão (na proporcional). É só questão de interpretação”.
Também da base do governador, o deputado Júlio César (PPS) afirmou que a candidatura única do PDT tem o objetivo de não prejudicar a candidatura de Ciro ao Planalto.
“É mais salutar lançarmos uma candidatura e deixar a outra em aberto. Entende-se que esta em aberto é a aliança que está sendo construída com o Camilo e o Eunício”, enfatizou. O parlamentar ressalta ainda que a avaliação é praticamente “unânime” entre os deputados que compõem o arco de aliança do petista na Assembleia.
O deputado Danniel Oliveira (MDB) disse ontem ao O POVO que não existem dúvidas da aliança para o Senado e que no momento certo vai ser discutida a questão da coligação formal, se o MDB deve ficar dentro ou fora.
O sobrinho do presidente do Congresso Nacional, porém, garante que o acordo com o grupo do governador já é algo consolidado e irreversível.
Colaborou Eliomar de Lima
O POVO
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