Diferentemente de seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff não deve ter um ambiente de calmaria no Senado a partir do ano que vem. De acordo com O Globo, o governo já se prepara para enfrentar uma oposição mais combativa e uma base aliada pouco fiel. Formalmente, os partidos que não apoiaram a reeleição da presidente Dilma somarão 29 senadores no próximo ano e a base aliada, 52. Na prática, porém, o governo trabalha com um cenário em que a oposição para valer contará com 20 integrantes no Senado e a base de apoio terá, a princípio, 39. Nesse mapeamento, 22 senadores serão independentes ou condicionarão seu apoio na votação de projetos ou em Comissões Parlamentares de Inquérito ao diálogo com o Palácio do Planalto, sem alinhamento automático.
Integrantes da base aliada afirmam, no entanto, que essa correlação de forças pode ser implodida pela operação Lava- Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de pagamento de propina a partidos políticos na Petrobras. Deputados e senadores esperam uma avalanche no Congresso. Até agora foram presos executivos de empreiteiras e ex-diretores da Petrobras.
Esses números da composição do novo Senado foram citados pelo ex-presidente Lula em reunião com os senadores do PT no mês passado. Lula não engole até hoje a derrubada da CPMF pelo Senado em sua gestão, e está preocupado com a nova composição da Casa.
Conforme a publicação, apesar de numericamente em desvantagem, a oposição estará mais qualificada, com o reforço de nomes de peso como José Serra (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). E os oposicionistas também apostam nas defecções na base aliada.
A oposição, no entanto, também tem suas deserções. O PTB, que desembarcou do governo na véspera da oficialização da candidatura de Dilma à reeleição para apoiar Aécio Neves (PSDB), já está de volta. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) será ministro do Desenvolvimento.
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