Após trocar a equipe do governo, com a saída de Guido Mantega e a chegada de Joaquim Levy, ainda no final do ano passado, o Governo Federal tem aplicado, no início do segundo mandato da petista, medidas que refletem negativamente nas Casas, em Brasília.
Em declaração à Agência Senado, na última terça-feira, 20, o senador Inácio Arruda (PCdoB), historicamente aliado ao PT, e apoiador do governo da presidente, criticou o veto de Rousseff em relação à correção da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas em 6,5%. Para o parlamentar, “diversas categorias de trabalhadores tiveram aumentos reais nos últimos anos, porém a não correção da tabela acaba por consumir esses ganhos. Os trabalhadores que ganham menos são os mais atingidos com a não correção equivalente à inflação”.
Inácio considerou ainda a medida como “ortodoxa” que paralisa boa parte da economia. Por outro lado, o governo sustentou o veto alegando que a correção em 6,5% “levaria a uma renúncia fiscal da ordem de R$ 7 bilhões”.
O deputado federal Raimundo Matos (PSDB) falou ao O POVO que a população mais pobre e os empresários não estavam preparados para as medidas que ele considera “drásticas”. Para o deputado, houve perda para os trabalhadores com as ações do governo que alteraram as regras dos direitos trabalhistas, como o seguro desemprego, abono salarial e pensão por morte.
Mesmo no partido que sustenta a base de apoio de Dilma, o deputado federal André Figueiredo (PDT) criticou as medidas do governo afirmando que as ações são prejudiciais “às políticas sociais e ao capital produtivo nacional”. O pedetista disse ainda que o partido formulará críticas propondo alternativas à presidente.
O deputado federal Danilo Forte (PMDB) concorda que os ajustes precisam ser feitos, porém reprovou o modo como estão sendo aplicados. “Os exemplos deveriam partir do governo, como a diminuição dos ministérios, dos cargos comissionados que chegam a vinte e dois mil”, afirmou. Para o peemedebista, é necessária uma mudança do perfil gerencial das estatais para dar maior credibilidade à gestão.
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100 bi
valor que o governo pretende economizar em 2015
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O deputado federal Genecias Noronha (SD, que compõe a base opositora de Dilma no Congresso, afirmou à reportagem que a presidente se mostra incoerente em relação às propostas de governo e o exercício do mandato. Segundo o deputado, o ano de 2015 não deverá ser fácil para os brasileiros.
Compondo a base de apoio da presidente, o deputado federal Domingos Neto (Pros) afirma que as medidas implementadas por Rousseff são a única solução para o momento da crise econômica. O parlamentar, no entanto, critica a exoneração do IPI, pois prejudica a receita dos municípios. Contudo, elogiou as ações da petista. “(As medidas) são necessárias. Não tem como fugir disso. O momento exige”, concluiu.
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