Nas próximas semanas, o governador Camilo Santana deve convocar a Assembleia Legislativa, em sessão extraordinária, para tratar da reforma administrativa proposta por ele para o início do mandato. Apesar de concordarem com a extinção da Secretaria de Grandes Eventos, deputados de oposição reclamaram da criação de novas pastas.
Em entrevista à imprensa no Palácio da Abolição no último dia 29, quando do anúncio dos novos secretários, o governador disse que vai extinguir a Secretaria de Grandes Eventos Esportivos e elevar algumas coordenadorias ao status de secretarias, destacando que, já nos primeiros cem dias, quer fazer a mudança, com envio de projeto para a Casa Legislativa para estabelecer a reforma administrativa.
Devem ser criadas secretarias de Relações Institucionais, Políticas sobre Drogas, Desenvolvimento Econômico, além da Pesca, Aquicultura e Agricultura. O secretário de Grandes Eventos, Ferruccio Feitosa, afirmou que deve fazer parte do Governo Camilo Santana, mas não adiantou para qual órgão será indicado, conforme divulgado pelo Diário do Nordeste na quinta-feira. Os oposicionistas criticaram, principalmente, os gastos que o Governo deve ter ao transformar coordenadorias em secretarias.
Checar propostas
O deputado José Sarto (PROS), ao contrário dos opositores, ressaltou que o novo Governo tem toda autoridade para extinguir e criar qualquer secretaria. Segundo ele, o novo governador deve acrescentar ações para deixar a gestão com sua cara. O parlamentar diz ser preciso checar propostas com mais detalhamento para averiguar como se dará a reforma administrativa.
“Acredito que em duas semanas ele possa concluir esse material e enviar para cá”, salientou Sarto, que defendeu a criação da Secretaria de Grandes Eventos há quatro meses, contrariando a oposição, que criticou a ação do Governo Cid Gomes.
Para Ely Aguiar (PSDC), é necessário que o Governo explique com detalhes a criação de secretarias, pois corre o risco, opina, de o Executivo estar apenas acomodando politicamente os aliados. “Em princípio, elas são apenas para atender a acomodações de quem apoiou o governador”.
O parlamentar foi um dos que criticaram o Governo em decorrência da apresentação do projeto transformando a Secretaria Especial da Copa em Secretaria de Grandes Eventos. “Quero ver a cara de alguns deputados que discutiram, inclusive comigo, quando o Governo apresentou a secretaria da Copa em Grandes Eventos. Votei contra e alguns destacaram a necessidade de se ter essa secretaria. Agora eles vão ter que extinguir”, relata. Já Roberto Mesquita (PV) diz que “o bom-senso está chegando ao novo governador”.
Segundo ele, não havia sentido ter uma secretaria de eventos cuja principal finalidade é a construção de uma grande obra. No entanto, discorda do Governo de Camilo Santana em relação à criação de outras secretarias. “Uma das atitudes que eu louvo é ele ter extinguido uma secretaria e tenho um pouco de tristeza por não ter diminuído o número de secretarias. Ele poderia, por exemplo, transformar duas pastas em uma apenas”, sugeriu.
Carlos Matos (PSDB), por sua vez, aponta que o correto seria o Governo “enxugar” a máquina, principalmente, já que o Ceará, em sua opinião, está em “estado de alerta” quanto às contas públicas para este ano.
O pedetista Heitor Férrer defende a mesma ideia e destacou que o necessário seria diminuir o número de cargos comissionados e evitar as terceirizações. “Todo governante quer dar ajustes, mas, se eu fosse governador, trataria de enxugar a máquina, diminuir comissionados e evitaria a criação de secretarias”.
Posicionando-se contra a criação de algumas pastas, Fernanda Pessoa (PR) destacou os problemas que o novo governador terá de enfrentar. “Querendo ou não, aumentam gastos. Acho que o Governo deveria manter as coisas como estão”, disse.
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