terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Preço do gás de cozinha sobe 8,9%


A Petrobras anunciou, ontem, o sexto aumento consecutivo no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13 quilos. Desta vez, a alta será de 8,9%, em média, fazendo com que o reajuste acumulado desde o início do ciclo de alta, em junho deste ano, chegasse a 67,8%. Os novos preços começam a valer a partir de hoje, nas distribuidoras instaladas em todo o território nacional.
A partir de 2003, a estatal vem praticando dois preços para o gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha): um para os botijões menores e outro para grandes vasilhames ou a granel, mais usado por indústria e comércio. Este último teve reajuste de 5,3% anunciado na semana passada. De acordo com a Petrobras, se o repasse do aumento de ontem for repassado de forma integral, o preço do botijão nas revendedoras deverá subir 4%, ou cerca de R$ 2,50.
Para justificar este novo reajuste do GLP, a companhia emitiu uma nota oficial, afirmando o aumento segue a alta dos preços internacionais do produto, que acompanharam o petróleo tipo Brent, negociado com valores próximos dos maiores níveis em mais de dois anos, acima de US$ 60,00 o barril. “O reajuste foi causado, principalmente, pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais”, afirmou a empresa.
Contestado
Apesar dessa explicação, de acordo com especialistas, o valor do Brent teve alta de pouco mais de 30% desde junho, quando passou a vigorar a nova política de preços da estatal. Naquela oportunidade, a Petrobras disse que por questões de regulamentação imposta pelo Governo, a formulação do preço não inclui a necessidade de a estatal mantes suas margens em linha com paridade de importação, como ocorre com outros combustíveis. Isso porque o gás é um bem de primeira necessidade das pessoas.
De acordo com o Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP), o preço praticado pela estatal está, atualmente, 1,3% abaixo das cotações internacionais do produto. Instituída em junho, a nova política de preços da companhia para o GLP considera as cotações internacionais, a taxa de câmbio e a margem de lucro. No caso do produto vendido para o mercado industrial, a conta inclui, ainda, o custo de importação.
Combustíveis
Em reunião realizada na última sexta-feira, o Grupo Executivo de Mercado e Preço (GEMP), decidiu revisar o cálculo da paridade internacional praticada pela Petrobras no valor do óleo diesel, com o objetivo de adequar os preços às mudanças de fluxo logístico e entrada de produtos importados no País. A decisão mantém inalterada a política de preços em vigor, reafirmando o compromisso da companhia de operar sempre com margem positiva acima da paridade internacional.
Com essa revisão, o preço médio do diesel no Brasil deverá ser reduzido em 5,7%. Adicionalmente, o GEMP autorizou reajuste de +1,9% para a gasolina, explicado, principalmente, pela variação da cotação do produto no mercado externo. O aumento das importações no País tem reduzido a participação de mercado da Petrobras que atinge, atualmente, cerca de 72% no diesel e 88% na gasolina. A expectativa é que a nova precificação do diesel não tenha impacto na receita da companhia, em virtude da perspectiva de ganhos de mercado.

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