A crise enfrentada pelo PT, após os escândalos do mensalão e das denúncias de corrupção na Petrobras, provocou a desfiliação de 25 prefeitos da sigla em São Paulo e, agora, ameaça a permanência de um grupo de 26 deputados federais. Os parlamentares estão descontentes com os rumos do partido.A debandada pode acontecer após as eleições municipais e, segundo reportagem do Jornal Folha de São Paulo, edição desta segunda-feira, tem com um dos articuladores o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Hoje, o PT tem 57 deputados federais.Um dos parlamentares que se anteciparam ao desgaste sofrido pelo PT e, como consequência, respingos na vida dos militantes que exercem mandatos, foi o cearense Odorico Monteiro. Odorico conquistou o mandato na Câmara Federal pelo PT, mas insatisfeito com os caminhos do partido e, também, por não ter sido atendido em pedidos de cargos ao Governo do Estado, trocou o PT pelo PROS.A direção nacional do Partido dos Trabalhadores acompanha o movimento dos deputados federais e trabalha com o cenário de que, somente após a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o movimento pode ser esboçado de forma mais nítida. Há, porém, preocupação.De acordo com a reportagem do Jornal Folha de São Paulo, o movimento de desfiliação tem nomes como os de dois ex-presidentes da Casa —Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS)— e da ex-ministra Maria do Rosário (RS). A desfiliação, conforme a reportagem, começou a ser organizada no segundo semestre de 2015, tendo como ponto de partida a criação da tendência Muda PT, que somava 35 deputados à época.Os deputados federais insatisfeitos planejaram a troca de partido com janela aberta para que parlamentares deixassem seus partidos sem perda de mandato, mas essa brecha foi fechada em 31 de março. A saída não foi explorada por causa do avanço do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Congresso. Com o risco de afastamento da presidente, os petistas tiveram que concentrar seus esforços na defesa do mandato de Dilma.Um dos articuladores de um novo partido, para o qual iriam os petistas descontentes, é o ex-governador do Rio Grande Sul, Tarso Genro. Além do desgaste na imagem do PT, disputas internas e locais ditam a decisão de saída.
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